Mais um excelente artigo de opinião sobre o sigilo profissional dos jornalistas da autoria de José Vítor Malheiros, a propósito das peripécias à volta do "encontro informal" entre o secretário de Estado da Administração Pública e vários jornalistas de outros tantos órgãos de informação, tendo, alegadamente, como tema "a convergências das pensões".
Um artigo bem esclarecedor que vale a pena ler, publicado, hoje no "Público" e também aqui.
Para abrir o apetite, aqui fica este extracto :
"Havia uma razão para os jornalistas aceitarem o anonimato? O membro do Governo correria algum risco? Não. Queria apenas evitar responder à oposição e poder negar tudo o que dissera se as reacções fossem muito negativas (como foram), fiando-se na promessa dos jornalistas de que não o identificariam. Tratou-se apenas de uma operação de balão de ensaio com high deniability que é duvidoso que não fosse do conhecimento da ministra das Finanças e do PM.
Só que os jornalistas não existem para ser cúmplices destas manobras. Não era difícil fazer a coisa certa. A regra é simples: os jornalistas não são megafones nem testas-de-ferro do Governo. Se um membro do Governo quiser dizer alguma coisa, que diga e que assuma o que diz. É isso que os cidadãos lhe exigem. E, se por alguma razão inconfessável, não quer assumir o que diz, que se cale em vez de mandar uns jornalistas fazer o seu trabalho. E os jornalistas, quando um membro do Governo lhes manda escrever alguma coisa e ainda lhes diz como o devem escrever, devem simplesmente dizer não."
2 comentários:
Li o artigo e à medida que ia avançando, ia-me lembrando do post que escrevi no dia seguinte sobre o assunto: uma encomenda da Marilú com a conivência de Maduro que saiu furada, porque o balão de ensaio lhes rebentou nas mãos.
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~ Emaranhados os caminhos da deontologia jornalística.
~ Fatos destes acontecsm, porque nem todos respeitam os princípios éticos da classe. ~
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