quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O pior é certo. Só a dimensão do desastre é incerta

Ainda há quem se entretenha a afirmar, a propósito do Orçamento do Estado para 2013, que o pior é possível. Sinceramente, não percebo por que se continua a especular sobre tal tema. É que o pior não só é possível, como é certo. 
E não é preciso fazer nenhum exercício de adivinhação para tal concluir. Gaspar e o próprio primeiro-ministro não têm dúvidas sobre isso. De facto, que outro significado pode ter a afirmação repetida de que há que desencantar 4 mil milhões de euros para atingir, em 2013 e em 2014, as metas do défice acordadas com a troika, mesmo que a economia evolua de acordo com as fantasiosas previsões do governo? 
Idêntico sentido se pode retirar da afirmação de Passos Coelho, feita ontem durante a entrevista à TVI de que em 2014 vai cortar ainda mais nas prestações sociais, na saúde e na educação. Isto depois de, em 2013, termos sido sujeitos ao maior agravamento de impostos de que há memória.
Alguma dúvida?
Depois disto,  façamos então um exercício de imaginação e vejamos o que poderá acontecer se se confirmar a previsão do Citigroup que aponta para uma queda do PIB, em 2013, da ordem dos 4,6%, percentagem que mais que quadruplica a previsão governamental  (1%). 
Sobre este ponto, sim, vale a pena especular, porque, a concretizar-se a previsão, teremos então um desastre completo e, sendo assim, mais vale prevenir que remediar. Prevenir como? Só vejo uma maneira que é a proposta pelos signatários desta carta: a demissão deste (des)governo.

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