quinta-feira, 12 de abril de 2012

Por muito que lhes custe, sim, foi uma festa!

"Maria de Lurdes Rodrigues, ex-ministra da Educação, foi ao Parlamento defender a empresa pública Parque Escolar que geriu um programa de obras nas escolas, e deste disse: "Foi uma festa." Fico-me por essas palavras. Aliás, não estou sozinho, o deputado Sérgio Azevedo escreveu no seu blogue o seguinte: "Maria de Lurdes Rodrigues acaba de afirmar na Comissão Parlamentar de Educação, a propósito do desvario da Parque Escolar, que foi 'uma verdadeira festa para arquitetos e construtores'." O deputado poderia ter inventado frase ainda com maior acinte: "Ela disse que foi uma festa para patos bravos." Mas a ex-ministra, de facto, disse: "Uma festa para as escolas, para os alunos, para a arquitetura, para a engenharia, para o emprego e para a economia." Ou, em outro momento da audição: "[...] uma festa para o País." Chicanas iguais à do deputado foram muito repetidas ontem, com esse nosso jeito para agarrar palavras dos outros e insultá-las. É o que eu venho fazer aqui, pela metade: agarrar palavras. E depois dizer que num país onde os particulares gastam em jantes de liga leve o que não gastam em livros e os públicos fazem da paixão pela educação um mero slogan, num país pobre com bancos ranhosos que oferecem juros de 136 por cento ao ano, reconstruir escolas é uma festa. É uma festa. Sim, é uma festa. Dito isto - não, ainda quero insistir: reconstruir escolas é uma festa -, dito isto, passemos aos candeeiros de Siza Vieira."
(Ferreira Fernandes; Ponto prévio: sim, é uma festa; in DN) (Negrito meu)

2 comentários:

Anónimo disse...

Essa dos candeeiros ficou-me atravessada, Francisco
Abraço

Francisco Clamote disse...

Carlos, eu também não gostei especialmente, mas recuso-me a ver a árvore e a ignorar a floresta.