quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O alijar do fardo

A operação de troca de Obrigações do Tesouro (OT) com vencimento em 2014 e em 2015 por novas OT, com vencimento em 2017 e em 2018, foi considerado um sucesso, apesar de o pais ficar obrigado a pagar cerca do dobro da taxa de juro.
Pode realmente falar-se de sucesso, ainda que muito relativo, uma vez que apenas um quarto dos credores, aceitaram alinhar na troca, com predominância para as instituições financeiras nacionais, pois a exposição à dívida pública portuguesa, por entidades internacionais é, nesta altura, residual.
Porém, se se pode falar de sucesso, ainda que relativo, o sucesso aproveita apenas ao governo de Passos, Portas & Cª que, desta forma, se livra de pagar o fardo de parte da dívida durante a actual legislatura que espero bem que para eles seja a última, alijando a carga para o governo que vier a seguir.
Para o país, o "sucesso" traduziu-se num aumento da dívida resultante do agravamento das taxas de juro, agravamento que não é coisa de somenos, pelo que fica dito.
Sucessos destes, o país dispensa-os de bom grado. Acho eu.

1 comentário:

Majo disse...

Concordo consigo.

Mas isto é só o início...

Muito mais carga irão alijar, para satisfação de governantes incompetentes e astutamente mesquinhos.

Parece estar longe o tempo em que a lei obrigue o governo a ser avaliado e a prestar contas do seu desempenho.

Com simpatia...