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Ao que sabemos, Passos foi um dos principais impulsionadores da criação desta ONG [Centro Português de Cooperação (CPPC)], que também terá tido a participação do Conselheiro de Estado Marques Mendes. Mas a CPPC não era como a ILGA, ou como os Médicos Sem Fronteiras, ou como a Unicef, como descaradamente tentou sugerir Passos Coelho nas suas explicações ao Parlamento. A CPPC era uma ONG de fachada, criada (literalmente) junto da Tecnoforma e que se dedicava a sacar fundos europeus. Quem o diz não sou eu, é o ex-dono da Tecnoforma: "Aquilo que ela devia fazer era simples: nos projectos que visassem as áreas da formação profissional, ela tentava arranjar os financiamentos para esses projectos. Depois, para implementar esses projectos, a ONG socorria-se da Tecnoforma para fornecer o know-how". Ou seja, a CPC, sob a capa da ajuda ao desenvolvimento e cooperação com os PALOP, servia para angariar negócios para a Tecnoforma. Passos Coelho, à semelhança de Relvas, era um facilitador.
Independentemente das discussões em torno das despesas de representação e da exclusividade do então deputado Pedro Passos Coelho, sabemos exactamente o que fazia o actual primeiro-ministro na CPPC. Quando Passos Coelho fala de um passado de desperdícios e da irresponsabilidade na utilização de fundos europeus, quando Passos Coelho denuncia a existência de empresas penduradas no Estado, quando Passos Coelho fala de um certo Portugal que importa deixar para trás, uma coisa sabemos: Passos está a generalizar a partir da sua própria experiência pessoal."
(João Galamba; "Moralizar acima das suas possibilidades"; Na íntegra: aqui.)
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