Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela afirma que não aceitará a derrota nas legislativas que terão lugar no próximo dia 6 de Dezembro, se se confirmarens as sondagens que dão a vitória à oposição .
Enquanto isto se passa na Venezuela, por cá, Passos Coelho e Portas também não se conformam com o facto de a maioria de esquerda presente na Assembleia da República, recentemente eleita em 4 de Outubro, ter rejeitado o programa apresentado pelo governo por eles formado na sequência da indigitação feita pelo patrono Cavaco Silva que bem sabia que tal governo não tinha pés para andar.
Cavaco não ignorava, com efeito, que o governo da PàF, que ele nomeou e empossou, não dispunha de apoio maioritário no Parlamento e que o mesmo não passaria o teste da aprovação do seu programa na Assembleia da República, facto de que lhe foi dado conhecimento antecipadamente.
Feito o paralelo, cabe perguntar: haverá diferenças entre as ameaças de Nicolás Maduro e as reiteradas acusações de "golpismo" endereçadas pela dupla Passos/Portas e pelos seus apaniguados aos partidos de esquerda com assento no Parlamento (PS; BE, PCP E PEV), visando em particular o secretário-geral do PS, António Costa?
Honestamente temos de reconhecer que diferenças há, mas apenas as que derivam do facto de Nicolás Maduro controlar as forças armadas venezuelanas, enquanto que Passos e Portas não podem recorrer às forças armadas portuguesas que, nunca por nunca, se deixariam instrumentalizar para impor uma solução ao arrepio da vontade popular expressa nos resultados das recentes eleições legislativas. Golpes patrocinados por tal dupla só poderão ter êxito através de manobras de bastidores e terão de contar com a cumplicidade e participação activa de Cavaco que, mesmo tendo em conta a suas recentes tomadas de posição, não ousará ir tão longe. Suponho eu.
Para rematar, direi que as diferenças, porém, ficam por aqui. A falta de respeito pelas regras democráticas é, num caso e noutro, exactamente a mesma.
(imagem e notícia comentada: aqui)
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