«Um dos aspectos silenciosos destes quatro anos de ajustamento foi a lenta dissolução dos organismos do Estado. (...) Dois casos ilustram dramaticamente este quadro. O INE cancelou o inquérito sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação no sector hoteleiro por falta de pessoal, depois de ter perdido 56 técnicos desde de 2011 (e só agora, por autorização excecional, vai contratar 20). E a situação no Conservatório Nacional de Música, onde o corte de 43% do orçamento para este ano levou a direção a entrar em desespero, dizendo que o dinheiro acabou e pedindo pelo menos um euro aos amigos e pais dos alunos para pagar contas básicas como água e luz ou, simplesmente, comprar papel higiénico. É um Estado-mendigo e andrajoso aquele que hoje temos.»
(Nicolau Santos; "A lenta dissolução do Estado", in "Expresso" de hoje, edição impressa)
Perante um quadro com este grau de dramatismo, forçoso é concluir que qualquer solução governativa é, de longe, melhor que a proporcionada pela 2ª versão recauchutada e, por sinal. bem mal recauchutada, do governo Passos & Portas.
Deixo, pois, aqui as boas-vindas a um governo do PS que possa contar, como é expectável, com apoio maioritário no Parlamento proporcionado pelas bancadas do PCP, do BE e do PEV.
Reconheço que seria preferível um governo que pudesse contar com um mais elevado grau de comprometimento por parte dos partidos à esquerda do PS. Todavia, também sei que "Roma e Pavia não se fizeram num dia".
1 comentário:
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~ Concordo inteiramente consigo.
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