... da Montanha do Pico.
sábado, 29 de julho de 2017
sexta-feira, 28 de julho de 2017
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Por falar em cachorros...
Na Ilha do Pico, também há cachorros, mas, ao invés dos que têm andado a ladrar lá para os lados do Continente, estes são da espécie que não faz mal a ninguém.
quarta-feira, 26 de julho de 2017
Jornadeando pelos Açores (2ª jornada: Ilha de S. Jorge)
O mar dos Açores, na Fajã do Ouvidor (Ilha de S. Jorge)
terça-feira, 25 de julho de 2017
Por aqui ainda não vi abutres...
.. mas pelo que leio, abutres e outros necrófagos é bicheza que não falta no Continente.
terça-feira, 18 de julho de 2017
Para quando o ministério das Preces?
É verdade que os especialistas na matéria consideram que os incêndios que anualmente assolam o país têm como causas principais o despovoamento do interior, o desordenamento do território, o abandono dos campos e a florestação à base de espécies que ardem com grande facilidade. Para qualquer pessoa de boa fé e que não desconheça por completo o interior do território do Continente este discurso faz todo o sentido.
Não é essa, porém, a leitura veiculada em geral pelos órgãos de comunicação social e pelos senhores jornalistas, mais interessados uns e outros em atirar as culpas para cima do Governo, por razões que eles lá sabem e que até eu facilmente adivinho. Por mera coincidência ou, o que é mais provável, não, os líderes da oposição fazem a mesma leitura. Ainda que tal não seja motivo para surpresa, forçoso é considerar como ridícula uma tal atitude por parte de anteriores governantes que nada fizeram para enfrentar o problema, tendo, isso sim, contribuído para o agravar, ao permitir a plantação do eucalipto sem limitações.
Especialmente risível é a actuação da actual líder do CDS, Assunção Cristas, que, quando ministra do governo Passos/Portas, perante o problema da seca que, na altura, atingia e afligia o país, em vez de agir, se limitou a proclamar: «Devo dizer que sou uma pessoa de fé, esperarei sempre que chova e esperarei sempre que a chuva nos minimize alguns destes danos. Como é evidente, quanto mais depressa vier, mais minimiza, quanto mais tarde, menos minimiza.».
Para alguém que, quando ministra, resolvia os problemas da seca, recorrendo à fé, é de admirar que, a par das críticas dirigidas ao Governo, Assunção Cristas não tenha, até agora, apresentado a António Costa a proposta de criação do ministério das Preces a encabeçar por alguém com experiência na matéria. Dir-se-ia até que Assunção Cristas seria a pessoa indicada, pois não há dúvida que experiência em matéria de preces ela tem.
(imagem: Lusa/Paulo Cunha)
sábado, 15 de julho de 2017
Quanto mais esbracejam, mais se afundam!
Passos Coelho & Assunção Cristas *.
É o que inequivocamente mostra esta sondagem.
De facto, o esbracejar de ambos a propósito dos incêndios que devastaram Pedrógão Grande e os concelhos limítrofes só serviu para que os inquiridos atribuíssem à actuação da dupla as únicas notas negativas (Cristas: 7,6; Coelho: 5,2).
* (ilustração daqui)
2 vezes NÃO!
Portugueses não querem, nem a demissão de Constança Urbano de Sousa, nem a de Azeredo Lopes, por muito que a realidade pese à esganiçada líder do CDS, Assunção Cristas!
sexta-feira, 14 de julho de 2017
Falta de legitimidade?
Não há maneira de a direita portuguesa perder o vezo de questionar a legitimidade da actual solução governativa, quer durante os debates parlamentares, quer fora deles. Os remoques a este respeito dirigidos ao primeiro-ministro durante os debates parlamentares, como os que ainda recentemente se ouviram durante o "Debate sobre o Estado da Nação", pela boca do deputado Montenegro (PSD) atingem as raias da obscenidade.
Se a direita supõe que ganha algo com tal exercício, que serve apenas para provar que quem a ele se dedica convive muito mal com as regras da democracia, está mesmo muito enganada.
A prova de que assim é podemos vê-la com toda a clareza na confiança depositada pelo povo na Assembleia da República, o órgão de soberania donde emana a legitimidade do Governo. De acordo com o Portal de Opinião Pública da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a percentagem de portugueses que confiavam no Parlamento andava, em Maio de 2013, pelos 13% e em Dezembro de 2015%, pelos 19%. Em Maio deste ano, essa percentagem atinge os 46% .
Um salto desta dimensão tem um significado que não pode ser escamoteado: se hoje a confiança dos portugueses no Parlamento é muito superior à manifestada ao mesmo órgão de soberania durante a anterior sessão legislativa é porque há também uma muito maior identificação dos portugueses com os seus representantes. Existindo essa maior identificação, é evidente, perante aqueles números, que a legitimidade que poderia ser posta em dúvida, não poderia nunca ser a do actual Governo.
Se fizesse algum sentido levantar a questão da falta de legitimidade em relação a qualquer Governo com sustentação parlamentar essa questão teria de ser posta em relação ao anterior governo liderado por Passos Coelho e sustentado na Assembleia da República por uma maioria de direita ((PSD e CDS) em que os portugueses depositavam uma bem menor confiança.
Se fizesse algum sentido, dizia eu, mas, para mim, não faz. Só tem sentido para quem age, em política, com o descaramento e a pouca vergonha do deputado Montenegro. E não só.
quinta-feira, 13 de julho de 2017
Não compreendesse eu o castelhano e ficaria sem saber...
"El primer ministro portugués sale reforzado del debate de la Nación"
Por estranho que pareça, uma conclusão semelhante à publicada na edição electrónica do "El País", pelo jornalista espanhol Javier Martin não é possível encontrá-la nos media portugueses, como facilmente se pode comprovar.
O facto significa inequivocamente que a direita domina toda a comunicação social portuguesa . A tal ponto que já nem se dão ao trabalho de disfarçar. Hélas!
(ilustração daqui)
quarta-feira, 12 de julho de 2017
Um homem (político) com muitas "qualidades"
Que Passos Coelho era um político com muitas "qualidades", já era sabido. Hoje ficou a saber-se que ao elenco se pode justamente adicionar a de plagiador.
Na dúvida, confira:
"Passos Coelho copiou discurso de Estado da Nação de Facebook de ex-ministro"(ilustração daqui)
terça-feira, 11 de julho de 2017
Pelos vistos, não há moral
"Galpgate: ou há moral ou comem todos" (Daniel Oliveira)
Como se sabe que nem todos "comem", pois só alguns é que "comem pela medida grande" do Ministério Público, segue-se que no Ministério Público não há moral. Nem justiça, o que é mais grave.
segunda-feira, 10 de julho de 2017
Procuram-se...
Anúncio da Procuradoria-Geral da República "Ministério Público determinou a constituição como arguidos de três secretários de Estado agora exonerados (Internacionalização, Assuntos Fiscais e Indústria), estando em curso diligências para a concretização desse despacho".
Arguidos por um crime que a Galp (a aguardar, pelos vistos, pela sua própria constituição como arguida) caracteriza desta forma:
Só não vê quem não quer: isto não é apenas um "crime". É, como diz o povo,"um crime e pêras". Ou mais pêras que crime, penso eu.
Em todo o caso, levando o Ministério Público tão a peito um "fait divers", sem qualquer relevância criminal e que vai acabar em absolvição, só é de estranhar que os "criminosos" (por quem tenho muita consideração, admito) tenham andado à solta durante um ano. E continuem.
O ridículo não mata, diz-se, mas talvez justificasse, neste caso, uma vassourada. No Ministério Público, entenda-se.
(imagem daqui)
domingo, 9 de julho de 2017
Lição sobre optimismo
«(...)
Optimismo – Há aqui uma lição para governos e governantes: o optimismo pela sua própria natureza nas questões públicas dura sempre pouco e é muito frágil. A realidade está sempre mais próxima do que corre mal do que o que corre bem.»
(José Pacheco Pereira: "Tribulações de um Governo optimista;" in "Público", 08/07/2017. Via)
Eu diria que a lição também é proveitosa para governados. Convém não embandeirar em arco. Nunca por nunca.
sábado, 8 de julho de 2017
sexta-feira, 7 de julho de 2017
Mosteiro dos Jerónimos, hoje
"Obra-prima da arquitetura portuguesa do século XVI, está classificado como Monumento Nacional e inscrito na lista de Património Mundial da UNESCO (1983). O Mosteiro dos Jerónimos situa-se numa das zonas mais qualificadas de Lisboa, um cenário histórico e monumental junto ao rio Tejo, local de onde partiram as naus e caravelas no tempo das Descobertas que viriam a dar “novos mundos ao mundo”. Na imponente fachada do Mosteiro, que se prolonga por cerca de trezentos metros, ergue-se o Portal Sul da Igreja, ricamente decorado, onde se destacam as imagens do Santo Patrono de Portugal, Arcanjo S. Miguel (ao cimo) e a imagem de Santa Maria de Belém, ou Nossa Senhora dos Reis (ao centro)." (Fonte)
"É preciso topete, falta de vergonha, descaramento"
«(...)
A direita, melhor, esta direita encabeçada pela actual direcção do PSD utilizou o Estado como saco de boxe durante cinco anos. Que agora venha clamar contra o enfraquecimento do Estado para atender a todas as suas responsabilidades só não mata de vergonha porque ninguém morre de vergonha. (...) »
(Nicolau Santos: "Ena! Tantos defensores do Estado que estavam escondidos !". na íntegra: aqui)
quinta-feira, 6 de julho de 2017
Demissão imediata: a opção mais fácil, mas a mais perigosa.
A demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa e a do ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes, aquela pedida logo no rescaldo dos incêndios que tiveram início no martirizado concelho de Pedrógão Grande e a do ministro reclamada na sequência do "roubo de armas de Tancos", continuam, pelos vistos, na ordem do dia.
Justifica-se, por isso, que também aqui se escrevam umas quantas linhas sobre o assunto.
Começo por salientar que tendo a concordar com a declaração da ministra da Administração Interna quando ela afirmou que pedir a demissão teria sido para ela a opção mais fácil, afirmação que, estou seguro, o ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes não teria qualquer dúvida em subscrever. Essa opção seria, sem sombra de dúvida, para qualquer deles, a forma mais expedita de se livrarem de todas preocupações relacionadas com os infaustos acontecimentos e ao mesmo tempo o melhor modo de fazer esquecer eventuais responsabilidades. Sabe-se como é: bodes expiatórios sacrificados, culpas expiadas.
Para o Estado e para o país, porém, a demissão imediata dos referidos ministros, tal como vem sendo insistemente reclamada pelos estridentes líderes do PSD e do CDS, antes de apurados os factos e as correspondentes responsabilidades, seria um erro, visto que não há responsabilidade política sem culpa apurada, a menos que se entenda que a responsabilidade política dos ministros é objectiva, entendimento que não só não tem sustentação nem legal, nem constitucional, como é perigoso. De facto, alargue-se o conceito de responsabilidade política objectiva a todos os titulares dos órgãos de soberania (e, uma vez que se enverede por esse caminho, não haverá forma de parar) e extraiam-se as consequências. Duvido que se encontre melhor forma de decapitar o Estado.
Parece-me que os defensores da demissão imediata não perderiam nada se, por momentos, pensassem nisto. O país era capaz de ganhar alguma coisa.
Justifica-se, por isso, que também aqui se escrevam umas quantas linhas sobre o assunto.
Começo por salientar que tendo a concordar com a declaração da ministra da Administração Interna quando ela afirmou que pedir a demissão teria sido para ela a opção mais fácil, afirmação que, estou seguro, o ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes não teria qualquer dúvida em subscrever. Essa opção seria, sem sombra de dúvida, para qualquer deles, a forma mais expedita de se livrarem de todas preocupações relacionadas com os infaustos acontecimentos e ao mesmo tempo o melhor modo de fazer esquecer eventuais responsabilidades. Sabe-se como é: bodes expiatórios sacrificados, culpas expiadas.
Para o Estado e para o país, porém, a demissão imediata dos referidos ministros, tal como vem sendo insistemente reclamada pelos estridentes líderes do PSD e do CDS, antes de apurados os factos e as correspondentes responsabilidades, seria um erro, visto que não há responsabilidade política sem culpa apurada, a menos que se entenda que a responsabilidade política dos ministros é objectiva, entendimento que não só não tem sustentação nem legal, nem constitucional, como é perigoso. De facto, alargue-se o conceito de responsabilidade política objectiva a todos os titulares dos órgãos de soberania (e, uma vez que se enverede por esse caminho, não haverá forma de parar) e extraiam-se as consequências. Duvido que se encontre melhor forma de decapitar o Estado.
Parece-me que os defensores da demissão imediata não perderiam nada se, por momentos, pensassem nisto. O país era capaz de ganhar alguma coisa.
Tropa-fandanga *
«(...)
Neste preciso momento, os oficiais não têm qualquer legitimidade para protestar. Pelo contrário, o Exército deve um pedido de desculpas ao país por ter falhado na mais básica das mais básicas das suas funções. O que o país precisa destes militares não é de oito páginas de paleio pseudo-patriótico para justificarem o cancelamento do que seria um vergonhoso ato de indisciplina. O país precisa de explicações muito claras sobre o que aconteceu em Tancos e só o Exército as pode dar. Talvez o facto de uma manifestação de militares fardados numa democracia consolidada ter passado pela cabeça destes oficiais ajude a explicar a balda instalada e este assalto tão absurdo que me parece mal contado.
Seguramente os portugueses serão solidários com as queixas dos militares perante os cortes absurdos que se continuam a fazer nos vários sectores do Estado, da saúde à educação, da segurança social à defesa. Desde que isso não sirva para o Exército atirar para longe as suas próprias responsabilidades. Primeiro expliquem-se, depois protestem. Primeiro mostrem algum sinal de vergonha perante o que aconteceu, só depois a indignação.»
(Daniel Oliveira, "Carta de uma tropa-fandanga " in Expresso Diário de 05/07/2017. Via onde poderá ser lido o texto na íntegra)
*Na verdade, com muito de fandanga e pouco ou nada de tropa.
quarta-feira, 5 de julho de 2017
Justiça de verão *
"Homem que ateou nove fogos leva pena suspensa."
* Em plena silly season. E mais não digo, que a notícia fala por si.
(Notícia e imagem daqui)
* Em plena silly season. E mais não digo, que a notícia fala por si.
(Notícia e imagem daqui)
terça-feira, 4 de julho de 2017
Estado entregue aos bichos? Sim, esteve.
Os graves e recentes acontecimentos que enlutaram o país (incêndio de Pedrógão Grande e dos concelhos limítrofes) e deixaram os portugueses atónitos (o "roubo de armas" em Tancos) fizeram com que os agentes e sufragantes da direita portuguesa tivessem chegado à conclusão que tais eventos são a prova de que o "Estado falhou".
Até poderá vir a provar-se o falhanço, mas se tal vier a ser comprovado, é mais que evidente que a falta de resposta adequada por parte do Estado, nos dois casos, tem que ser imputada, em primeira linha, ao facto de o Estado se encontrar fragilizado em consequência de uma política de cortes cegos levada a cabo pela direita durante toda a anterior legislatura, política tendente a reduzir o Estado ao mínimo dos mínimos. Estranhamente, a mesma direita que proclama a falência do Estado nos dois casos, recusa-se a assumir a responsabilidade pelas consequências da sua política de austeridade, orgulhosamente assumida, ao tempo, por Passos Coelho, com o seu tão irresponsável quanto famoso "custe o que custar". A atitude da direita, confesso, não me admira minimamente, pois esta direita já deu provas de enorme hipocrisia e os seus mentores são mesmo especialistas no exercício de sacudir água do capote.
Por isso mesmo, é imperioso desmascarar esta direita decididamente hipócrita e irresponsável. Quando um seu paladino, como JMT, se interroga nas páginas de um jornal sobre se "O Estado português está entregue aos bichos?" há que responder que sim, mas mudando o tempo verbal. De facto, o Estado português esteve entregue aos bichos durante quatro anos e meio, o longo tempo que durou a anterior legislatura em que toda a direita (PSD/CDS) esteve no poder. Como sempre acontece ,os buracos provocados pela bicharada levam sempre algum tempo a aparecer. Não admira, por isso, que só agora estejam a vir ao de cima.
(imagem daqui)
segunda-feira, 3 de julho de 2017
Temos golpe ?
"Os oficiais do Exército estão a ser convocados por email para uma manifestação na próxima quarta-feira, em Belém, em protesto contra a forma como cinco comandantes de unidades foram exonerados pelo chefe de Estado-Maior do Exército (CEME) na sequência do roubo de armamento de guerra em Tancos, na semana passada."
"O plano é começar com uma concentração às 11h30, em frente ao Monumento aos Mortos, na zona da Torre de Belém, e depois seguir em marcha silenciosa em direção ao Palácio de Belém. Aí, os oficiais deverão depor simbolicamente as suas espadas, perante a residência oficial do Presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas."( Fonte)
Não parece que uma exoneração "temporária", baseada na necessidade de evitar interferências nas investigações sobre o caso do roubo de armas em Tancos, justifique tamanho alarido. E porque assim é, também não parece completamente absurdo admitir que entre os militares (de direita, presumo) haja gente interessada em desestabilizar a situação. Não estaremos ainda perante uma tentativa de golpe, mas não é de excluir, tal a desmesura do gesto, a hipótese de haver pessoas interessadas num qualquer ensaio nesse sentido.
Veremos. Em todo o caso, quem está por detrás da convocatória deve ter presente que "fascismo nunca mais."
sábado, 1 de julho de 2017
Um eurodeputado devoto do "Photoshop"
Para começo de conversa, há que reconhecer que o eurodeputado Paulo Rangel não tinha qualquer obrigação de comentar as lamentáveis declarações de Passos Coelho, líder do seu partido, sobre a suposta existência de suicídios por ele anunciados a toda a comunicação social e por ele atribuídos á falta de apoio psicológico às populações vítimas da grande calamidade que foram os incêndios que devastaram uma boa parte dos concelhos da Região Centro, suicídios que, afinal, não existiram a não ser na cabeça de quem não recua perante nada para colher dividendos políticos.
Sobre o assunto e sem reparo de maior, "de Conrado poderia ter guardado o prudente silêncio" admito eu, mas a partir do momento em que se serve da coluna no "Público" (onde semanalmente pode destilar todo ou parte do seu veneno), para censurar um interveniente menor, o até então desconhecido João Marques, provedor da Misericórdia de Pedrógão Grande, alegadamente, futuro candidato pelo PSD à presidência da Câmara do mesmo concelho, já lhe não é lícito escamotear a actuação vergonhosa de Passos Coelho em todo o caso.
E não pode escamotear, insisto, porque, na circunstância, se alguém agiu errada e levianamente foi precisamente Passos Coelho. Pese embora a Rangel, o dito João Marques é, no caso, um interveniente menor, mesmo que seja verdade ter sido ele quem forneceu a Coelho as (falsas) informações sobre os (inexistentes) suicídios, verdade de que duvido por razões que deixo para melhor ocasião, ou seja, para depois de obtida mais completa informação. O interveniente maior é, inquestionavelmente, Pedro Passos Coelho, porque, mesmo que a informação fosse verdadeira, só alguém sem escrúpulos é que se teria atrevido a usar a desgraça alheia para obter ganhos políticos falando de suicídios, um tema considerado pela generalidade dos especialistas como sendo de especial melindre, a merecer ser tratado com pinças.
Passos Coelho foi, por isso mesmo, objecto de censura generalizada a ponto de vários órgãos de comunicação social terem falado, a propósito do caso e do protagonista, em "suicídio político", fatalidade que, no entanto, não chegou à consumação, porque, passado o primeiro momento de estupefacção perante tamanho disparate, acabaram por surgir os socorristas de serviço.
O político salvou-se in extremis, é certo, mas as sequelas são, por enquanto, bem visíveis. Há, pois, todo um trabalho a desenvolver, pelo menos, para as disfarçar, se não for possível fazê-las desaparecer por completo. Esse é, claramente, o objectivo de Paulo Rangel com a nota por ele dedicada ao caso, ao fazer incidir todas as luzes sobre uma figura menor que pode ser conhecida localmente, mas que nada diz à generalidade dos portugueses, aproveitando a oportunidade para, ao mesmo tempo, apagar da fotografia a imagem de Passos Coelho.
A técnica usada por Paulo Rangel não é nova e, se não estou em erro, é usada com alguma frequência por políticos, para falsear a história, sempre que tal se revela conveniente ao editor fotográfico. O procedimento, é óbvio, não abona nada a favor da honestidade intelectual de quem assim actua.
Não pretendendo, por ora, ir mais longe, por aqui me fico.
Não pretendendo, por ora, ir mais longe, por aqui me fico.
(ilustração daqui)
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