quarta-feira, 4 de junho de 2008

A grande maratona terminou

(Imagem retirada daqui)


Barack Obama atingiu o número de 2118 delegados à convenção democrata, pondo assim termo (finalmente!) à longa corrida pela nomeação pelo Partido Democrata à eleição para a presidência do Estados Unidos.
A este propósito, aqui ficam duas ou três observações:
1. Esta nomeação, qualquer que venha a ser o resultado final da eleição para a presidência dos E.U., é já um facto inédito e representa um progresso civilizacional: pela primeira vez um afro-americano vai disputar, como candidato de um grande partido, a eleição presidencial num país, até não há muitos anos, marcado por forte discriminação racial e por lutas para reconhecimento dos direitos cívicos dos negros.
2. OBama revelou ao longo da campanha pela nomeação, ser possuidor de uma grande resistência física e anímica (não se distinguindo, neste aspecto, da sua rival, Hillary Clinton) e mostrou também ser dotado de elevadas qualidades pessoais, ao procurar evitar à outrance, ataques menos dignos, recusando igualmente aproveitar-se de gaffes da sua adversária, que, ao invés, não deixou de usar truques soezes para prejudicar o outro candidato, servindo-lhe qualquer pretexto para o efeito.
A meu ver, só uma personalidade nobre, como Obama, teria, no final de uma corrida bem dura, a elegância de se referir à sua competidora, nos termos em que o fez, ao afirmar: "A senadora Clinton fez história nesta campanha, não só porque é uma mulher que fez aquilo que nenhuma outra tinha conseguido, mas porque é uma líder que inspira milhões de norte-americanos com a sua força, coragem e o seu compromisso com as causas que nos trouxeram aqui".
3. Ao contrário, Hillary Clinton, com a sua teimosia em não desistir (quando já era claro para todos os observadores que não tinha hipótese de alcançar a nomeação) e ao recusar-se, mesmo agora, a admitir a derrota, revela que a sua persistência não é, seguramente, uma qualidade, mas sim um defeito de personalidade.
4. Com a sua atitude, Hillary Clinton terá, eventualmente, hipotecado as hipóteses de vir a ser nomeada como candidata à vice-presidência. Para já, a maioria dos participantes (61%) num Quickvote promovido pela CNN.com Internacional, pronuncia-se pela negativa à seguinte pergunta: Should Barack Obama ask Hillary Clinton to be his vice presidential running mate? .
Se esta "votação" tem algum significado, só o tempo o dirá. O futuro só chega depois de o tempo dar muitas voltas.

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