domingo, 1 de junho de 2008

O PSD depois das Directas



Os resultados das eleições para a presidência do PSD, ontem realizadas, excedem, a meu ver, pela negativa, as expectativas que já não eram famosas em face dos concorrentes em presença.
Pondo de parte quaisquer considerações sobre a pessoa da presidente eleita, aquela conclusão impôe-se, desde logo, pelo simples facto de que os votos se repartiram quase em partes iguais por três candidatos (Manuela Ferreira Leite (MFL), a vencedora com pequena maioria relativa, com 37,6 % dos votos; Pedro Passos Coelho, com 31 % ; e Pedro Santana Lopes, com 29,8%) o que mostra um PSD profundamente dividido e, o que é mais negativo, as divisões, se bem julgo, irão permanecer. É o que se-me afigura como mais provável.
Senão vejamos:
Em primeiro lugar impõe-se ter em conta que será difícil reconciliar Santana Lopes (e os seus companheiros) com a nova presidente do Partido, depois de tudo o que se passou durante a campanha eleitoral que, recorda-se, decorreu com muita acrimónia (para utilizar um termo suave) entre estes dois concorrentes, sendo ainda certo que as ideias dos grupos que representam também não são facilmente conciliáveis.
Por outro lado, a reduzida maioria relativa da vencedora é certo e sabido que não concorre para atribuir à nova presidente grande autoridade sobre o Partido.
E, finalmente, a animosidade (para utilizar, mais uma vez, uma expressão benigna) do presidente cessante para com MFL, bem manifestada durante a campanha e no próprio dia das eleições, também não será de grande ajuda à coesão.
A perspectiva aqui deixada não é nada animadora, nem para o PSD nem para o País e, por isso, bom será que não se concretize. Para o país não seria vantajoso que o PSD (Partido) se tranformasse num PSD (Dividido).


(A foto supra de MFL foi recolhida aqui)

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