domingo, 7 de setembro de 2008

Eleições em Angola: A incomodidade


Os votos atribuídos ao MPLA, a rondar os 81,65 por cento, quando estavam contados cerca de metade se não põem em causa a legitimidade das eleições em Angola, constituem certamente um motivo de incomodidade (até para o próprio MPLA) porquanto tais números provam que em Angola não existe sociedade civil que não seja controlada pelo partido no poder e que, não existindo oposição credível, estamos de facto perante um regime de partido único que tudo domina. A imagem que estes números nos transmitem é a de um país sem sociedade civil, sem oposição e, infelizmente, muito longe da democracia.

Para quem esperava que estas eleições constituíssem um momento de viragem na vida de Angola no sentido da implantação da democracia, estes números, para além de uma desagradável surpresa, constituem sem dúvida um bom motivo de frustração.

ADENDA: Corroborando a opinião da Missão de Observação da Comunidade de Desenvolvimento dos Países da África Austral (SADC), os observadores da CPLP vêm, por sua vez afirmar que "anomalias" nas eleições angolanas não influenciaram votação . Estou em crer que sim, mas tais conclusões não afastam o sentimento de incomodidade que resulta dos números anunciados.

NOVA ADENDA: Contados 90% dos votos, a votação no MPLA aumenta para 81,82 por cento e a incomodidade acentua-se.
ADENDA 3: Chegou finalmente o oráculo da missão de observadores da União Europeia: As eleições em Angola foram "transparentes" e a população pôde votar "em total liberdade". Amen, digo eu, que continuo sem conhecer a verdadeira explicação para números que bem carecem dela.

(A imagem foi colhida aqui)

2 comentários:

Anónimo disse...

Tudo bem! Fala-se mal dos mangolês, mas o que se sabe é que todos adoram ser angolanos e sacar da terra aquilo que Angola oferece. Sei que cai mal falar disso, mas sabe-se que de lá saca-se o marfim, o diamante, o petróleo, o ouro, e muitas outras riquezas, seja de que forma for. Agora, enriquecer-se com outros a morrerem de fome não é nada de Deus, que talvéz esteja do lado branco da Angola, ou dos negociantes estrangeiros. Viva Angola! Sobre os que não perdem tempo para denegrir os negros angolanos, indico-lhes um link, clearblogs.com/eurobrasileiros , que me enviaram a uns meses que retrata a forma de estar contada por europeus, brasileiros e africanos por esse mundo fora. Acho que por mais que se queira negar, muitos ganham com essas malandrices e encenações MPLA vs UNITA, e FNLA em Cabinda. Depois, dizem que trabalharam com suor para se enricar, diria também o meu avô que foi estúpido e trabalhou até morrer...

Anónimo disse...

Há 2 questões fundamentais para quem conhece Angola.
1º Os Umbundos não confiam no "pelá" portanto apoiam e votam Unita.
Os Kimbundos não confiam na Unita logo apoiam e votam "pelà". Toda agente sabe disto, o resto são eufemismos e propaganda barata ! Ora acontece que avaliando os resultados propagandeados a Unita nem sequer os votos Umbundus tem ! Isto é o máximo da aldrabice.
2º Os Cabindas poderão votar até em extra-terrestres, o que não apoiam ou votam de certeza é no "pelà" . Qualquer idiota em Angola sabe disto !
O que realmente aconteceu, (como aliás em 92) é que vigarizaram o sistema Informático. Por isso o "eduardinho" santista 3 dias antes(!) das eleições disse para quem quiz ouvir que ....."ia rever a Constituição"..... "ia correr com os corruptos".....(esta foi espectacular ! ) e que "ia dar uma lição ao mundo"... (por sorte não esclareceu qual, devia ser o mundo interior dele e dos mugabes! ).Ou seja ele já sabia o resultado da eleição antes dela acontecer. É como aqueles gajos que vão jogar e já têm o árbitro do jogo comprado.Sabem que ganham !
Mas, há sempre um mas.... A Unita escusa de chorar com a falta de controlo e cadernos e delegados, porque isso até faz parte da encenação.Coitados, são os pobres negros inexperientes que ainda estão a aprender a fazer as coisas etc...etc... " as canções do bandido" da vulgata anti-colonialista. Esta aparente "desorganização foi a cereja no topo do bolo ! É favor comparar esta aparente bagunça com a "organização" milimétrica da golpada e massacre de 1992, quando a Unita foi massacrada sem dó nem piedade. Não, estes fulanos são "profissionais" . A Unita em vez de chorar tinha a obrigação de estar precavida, a todos os níveis, e sobretudo a nível da contagem e do sistema Informático que foi onde a marosca funcionou na perfeição. O resto são tretas para idiotas úteis e parolos!