Vem hoje publicada no Diário da República uma Resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, com o n.º 12/2008/M, de "Congratulação pelos 30 anos de governação do Dr. Alberto João Jardim da Região Autónoma da Madeira".
O teor da resolução é um acabado exemplo de louvaminha e, como se isso não fosse já suficientemente lamentável, acontece que está escrita num "português" deplorável, tendo sobretudo em conta que o texto é da responsabilidade de um órgão legislativo. Não resisti, por isso, à tentação de a transcrever aqui, intercalada de breves comentários da minha lavra, comentários facilmente detectados por irem editados em cor diferente e entre parêntesis, o que permite uma leitura seguida do texto da Resolução, esta editada em itálico.
Eis a sobredita:
Resolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira n.º 12/2008/M
Congratulação pelos 30 anos de governação do Dr. Alberto João Jardim da Região Autónoma da Madeira
Congratulação pelos 30 anos de governação do Dr. Alberto João Jardim da Região Autónoma da Madeira
Passados 30 anos sobre a formação do primeiro governo regional liderado pelo Dr. Alberto João Jardim, a Região Autónoma da Madeira apresenta-se na actualidade com um nível de desenvolvimento ímpar na história das regiões insulares e ultraperiféricas. (Quod erat demonstrandum, digo eu.)
A Região Autónoma da Madeira apresenta hoje um visível e notável desenvolvimento económico-social, alicerçado quer através do seu produto interno bruto, (Alicerçado através ? Cuidado com a construção pois, com alicerces destes, a construção corre o risco de não aguentar!) quer através da melhoria real das condições de vida da sua população, (Essa melhoria parece não ter chegado a muita gente, pelo menos é o que se ouve dizer a pessoas que conhecem a realidade da pobreza na Madeira) ostracizada e ignorada durante séculos pela República Portuguesa. (E já agora pela Monarquia. É que a República Portuguesa ainda não perfez um século!)
Passados 30 anos a Madeira apresenta-se como um exemplo de desenvolvimento económico com reflexos positivos na qualidade de vida da sua população. (Deve ser verdade e também não é de admirar. O contrário é que seria motivo de espanto, acho eu, tendo em conta os rios de dinheiro que têm corrido do "Continente" e da UE para a Madeira e que o Dr. AJJ tem gasto à tripa forra.)
Toda esta obra, historicamente, tem um rosto e um nome. Esse nome é o do Presidente do Governo Regional da Madeira e líder do Partido Social -Democrata da Madeira — Dr. Alberto João Jardim. (O nome, já vimos, é o do Dr. A.J.Jardim e o rosto é o de quem?)
Um homem a quem a população da Madeira muito deve pela firmeza das suas convicções e pela luta que travou pela nossa Região e pelo seu povo, mas para com o qual o povo madeirense foi sempre solidário e, apoiou incondicionalmente, porque fiel ao seu pensamento de o servir com a máxima lealdade. (Uma breve passagem pela escola talvez ajudasse a endireitar este parágrafo, digo eu.)
Infelizmente a realidade é vista de forma deturpada por uma minoria. Esses, os fundamentalistas da oposição, os adeptos da política da terra queimada, ao longo destes 30 anos só vaticinaram desgraças para a Madeira e a sua população. (Inconvenientes da democracia: mesmo mantidas a rédea curta, as oposições não sabem fazer outra coisa! Na Madeira então, com uma oposição com fundamentalistas e adeptos da terra queimada, estava-se mesmo a ver que não podia ser doutra forma!)
Minoria que ainda não interiorizou o quanto de errado são as suas políticas, sucessivamente rejeitadas pelo povo madeirense, ao dar a maioria absoluta ao Partido Social-Democrata da Madeira e ao seu líder Dr. Alberto João Jardim ao longo destes 30 anos. (Lá rejeitadas têm sido, é bem verdade. Se erradas, já não sei, pois tais políticas ainda não tiverem oportunidade de ser postas em prática.)
Contudo, é com regozijo que vemos o reconhecimento público da obra feita na Região Autónoma da Madeira por figuras políticas do quadrante nacional, que mantêm a equidistância necessária, não confundindo o Estado com os partidos. (Veja-se como são as coisas: o que é motivo de regozigo para a maioria representada na ALRAM, para este blogue é algo bem lamentável.)
Corroboramos da (sic) sua visão quanto ao trabalho notável e ímpar desenvolvido pelo Dr. Alberto João Jardim no Governo Regional da Madeira, bem como das (sic, novamente)referências elogiosas feitas à pessoa do Dr. Alberto João Jardim, qualificando (sic, ainda outra vez) como um exemplo supremo na vida democrática, um exemplo do que é um político combativo. (Uma segunda passagem pela escola permitiria também, estou certo, corrigir os erros de construção de frase aqui apontados.)
A Região Autónoma da Madeira apresenta hoje um visível e notável desenvolvimento económico-social, alicerçado quer através do seu produto interno bruto, (Alicerçado através ? Cuidado com a construção pois, com alicerces destes, a construção corre o risco de não aguentar!) quer através da melhoria real das condições de vida da sua população, (Essa melhoria parece não ter chegado a muita gente, pelo menos é o que se ouve dizer a pessoas que conhecem a realidade da pobreza na Madeira) ostracizada e ignorada durante séculos pela República Portuguesa. (E já agora pela Monarquia. É que a República Portuguesa ainda não perfez um século!)
Passados 30 anos a Madeira apresenta-se como um exemplo de desenvolvimento económico com reflexos positivos na qualidade de vida da sua população. (Deve ser verdade e também não é de admirar. O contrário é que seria motivo de espanto, acho eu, tendo em conta os rios de dinheiro que têm corrido do "Continente" e da UE para a Madeira e que o Dr. AJJ tem gasto à tripa forra.)
Toda esta obra, historicamente, tem um rosto e um nome. Esse nome é o do Presidente do Governo Regional da Madeira e líder do Partido Social -Democrata da Madeira — Dr. Alberto João Jardim. (O nome, já vimos, é o do Dr. A.J.Jardim e o rosto é o de quem?)
Um homem a quem a população da Madeira muito deve pela firmeza das suas convicções e pela luta que travou pela nossa Região e pelo seu povo, mas para com o qual o povo madeirense foi sempre solidário e, apoiou incondicionalmente, porque fiel ao seu pensamento de o servir com a máxima lealdade. (Uma breve passagem pela escola talvez ajudasse a endireitar este parágrafo, digo eu.)
Infelizmente a realidade é vista de forma deturpada por uma minoria. Esses, os fundamentalistas da oposição, os adeptos da política da terra queimada, ao longo destes 30 anos só vaticinaram desgraças para a Madeira e a sua população. (Inconvenientes da democracia: mesmo mantidas a rédea curta, as oposições não sabem fazer outra coisa! Na Madeira então, com uma oposição com fundamentalistas e adeptos da terra queimada, estava-se mesmo a ver que não podia ser doutra forma!)
Minoria que ainda não interiorizou o quanto de errado são as suas políticas, sucessivamente rejeitadas pelo povo madeirense, ao dar a maioria absoluta ao Partido Social-Democrata da Madeira e ao seu líder Dr. Alberto João Jardim ao longo destes 30 anos. (Lá rejeitadas têm sido, é bem verdade. Se erradas, já não sei, pois tais políticas ainda não tiverem oportunidade de ser postas em prática.)
Contudo, é com regozijo que vemos o reconhecimento público da obra feita na Região Autónoma da Madeira por figuras políticas do quadrante nacional, que mantêm a equidistância necessária, não confundindo o Estado com os partidos. (Veja-se como são as coisas: o que é motivo de regozigo para a maioria representada na ALRAM, para este blogue é algo bem lamentável.)
Corroboramos da (sic) sua visão quanto ao trabalho notável e ímpar desenvolvido pelo Dr. Alberto João Jardim no Governo Regional da Madeira, bem como das (sic, novamente)referências elogiosas feitas à pessoa do Dr. Alberto João Jardim, qualificando (sic, ainda outra vez) como um exemplo supremo na vida democrática, um exemplo do que é um político combativo. (Uma segunda passagem pela escola permitiria também, estou certo, corrigir os erros de construção de frase aqui apontados.)
Assim:
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, nos termos da alínea a) do artigo 38.º do Estatuto Político -Administrativo da Região Autónoma da Madeira, conjugada com o artigo 166.º do Regimento, resolve aprovar a presente resolução:
Regozijar-se pelo desenvolvimento alcançado pela Região Autónoma da Madeira, em resultado dos 30 anos de governação do Dr. Alberto João Jardim, superiormente apoiado pelo povo madeirense.
Da presente resolução deverá ser dado conhecimento ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República e ao Primeiro -Ministro.
Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira em 22 de Abril de 2008.
O Presidente da Assembleia Legislativa, José Miguel Jardim d’Olival Mendonça.
A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, nos termos da alínea a) do artigo 38.º do Estatuto Político -Administrativo da Região Autónoma da Madeira, conjugada com o artigo 166.º do Regimento, resolve aprovar a presente resolução:
Regozijar-se pelo desenvolvimento alcançado pela Região Autónoma da Madeira, em resultado dos 30 anos de governação do Dr. Alberto João Jardim, superiormente apoiado pelo povo madeirense.
Da presente resolução deverá ser dado conhecimento ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República e ao Primeiro -Ministro.
Aprovada em sessão plenária da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira em 22 de Abril de 2008.
O Presidente da Assembleia Legislativa, José Miguel Jardim d’Olival Mendonça.
Confesso que não consigo levar a sério este tipo de resoluções. Defeito meu.
Sem comentários:
Enviar um comentário