Sobre este homem impendem, pelo menos, as seguintes acusações (!):
1. Licenciou-se em Engenharia Civil pela Universidade Independente (facto grave !);
2. Assinou e responsabilizou-se por projectos de construção no concelho da Guarda (facto grave !);
3. Fumou (mais que um cigarro, supõe-se) em avião fretado pelo Governo (facto grave !);
4. Reduziu privilégios de várias classes profissionais, incluindo a classe política (facto muito grave !);
5.Promoveu a reforma da Administração Pública, ao que se diz, em vias de conclusão (facto muito grave !);
6.Reduziu o défice das contas do Estado para valores inferiores a 3% (facto muito grave !);
7. É responsável (e se não é, para a acusação é como se fosse) pelo aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais e também pelo aumento dos seus derivados (facto gravíssimo !);
8.É responsável (e se não é, para a acusação é como se fosse) pelo aumento nos mercados internacionais, do preço dos produtos alimentares, designadamente dos cereais (facto gravíssimo !);
9. Recusa-se a baixar o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), não obstante o aumento do preço do petróleo (facto gravíssimo !);
10. Recusa-se a atribuir subsídios a vários sectores da economia, designadamente aos sectores das pescas e dos transportes, como compensação pelo aumento do preço do petróleo (facto gravíssimo !);
A lista dos ilícitos (toda ela risível) já vai longa, mas ao libelo acusatório poderão sempre ser aditados novos factos até à data do julgamento, o qual, embora sem data marcada, já não vem longe, pois, de acordo com as regras constitucionais, terá lugar no ano que vem.
Esta aproximação do julgamento está a excitar vivamente a acusação (atento o que está em jogo, o caso não é para menos), mas constata-se com surpresa que a acusação não tem vindo a pedir a pena adequada à gravidade (!) dos factos.
Na verdade, pelo que se tem lido e visto, a acusação, à direita e à esquerda, já ficará satisfeita se o resultado do julgamento emergente das eleições legislativas do próximo ano for a perda da maioria absoluta por parte do PS.
Mais coerente e bem mais conveniente seria, digo eu, que a oposição (à esquerda ou à direita), em vez de inventar culpados pela crise resultante do aumento dos preços no mercado internacional, se esforçasse em obter ela própria uma vitória eleitoral, pois com maiorias relativas o país não resolverá nenhum dos problemas que enfrenta e que não são de fácil resolução.
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