Ao insistir na recusa da última proposta de cessar-fogo apresentada pela Geórgia, a Rússia revela que tem a noção de que, nas circunstâncias actuais, nenhum Estado, nem qualquer organização internacional está em condições de lhe fazer frente e mostra que a sua alegação de que, com a sua intervenção visou apenas evitar um genocídio na Ossétia do Sul não passa de um disfarce para as suas verdadeiras intenções.
Sejam estas quais forem, do que não há dúvidas é que, efectivamente, nem os Estados Unidos (pelas razões já enunciadas aqui) nem a União Europeia (que não passa de um anão político, como uma vez mais se demonstra, e que, aliás, está à mercê da Rússia, de quem depende no que respeita aos fornecimento de petróleo e de gás natural) estão em condições de travar o ataque da Rússia à Geórgia, mesmo depois de esta se mostrar desejosa de um cessar-fogo. Menos ainda poderá fazer a ONU, onde a Rússia dispõe do direito de veto, em relação a qualquer resolução que venha a ser proposta no Conselho de Segurança.
A Rússia comporta-se, neste caso, como um cavalo com o freio nos dentes (que ninguém controla) desejosa de se vingar das humilhações (verdadeiras ou falsas) que sente terem-lhe sido infligidas na sequência da implosão da União Soviética.
Do que também não há dúvida é que o Presidente da Geórgia, por erro de cálculo, ou por confiança em ajudas prometidas que não chegaram, ofereceu á Rússia uma excelente oportunidade para se reafirmar como potência militar e para alcançar os seus objectivos que, se não me engano, passam, no imediato, pela independência das regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkázia.
ACTUALIZAÇÃO: Confirmam-se as piores previsões: O "cavalo" russo (ou antes, o urso russo) está imparável. Segundo as últimas notícias, tropas russas entraram em território georgiano e estabeleceram nova frente de combate .
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