A receita mágica para resolver a crise que afecta os países ocidentais parece ser idêntica em toda a parte: moderação salarial.
Assim está a ser em Espanha, onde vemos o ministro da Economia, Pedro Solbes, à semelhança do que por cá se tem passado, a defender essa tese. E todavia, lá como cá, não me parece que a crise se possa atribuir aos trabalhadores, nem aos aumentos (?) salariais e sim à desregulação financeira (que levou à crise do subprime), ao encarecimento das matérias primas (em particular do petróleo) e, no caso português, também, à impreparação e fraco dinamismo dos nosso empresariado, para já não falar da fraude fiscal em larga escala bem patente nos processos em que estão envolvidos alguns bancos e algumas grandes empresas.
Parece chegada a altura de os sacrificados não serem sempre os mesmos e de os trabalhadores colherem algum benefício das recentes descidas do preço do petróleo e dos bens alimentares, no mercado internacional, desde que, naturalmente, haja folga para tal, hipótese que, neste momento, dada a razoável performance da economia portuguesa no último trimestre, se antevê como perfeitamente possível.
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