A intenção de Cavaco Silva de limitar a despesa da sua campanha eleitoral a metade do valor que é permitido por lei e de não recorrer à colocação de cartazes (outdoors) seria de louvar, se não tivesse sido anunciada com a pompa e a circunstância do seu discurso de recandidatura à Presidência da República. Feito o anúncio, nos termos em que o foi, a intenção anunciada pode, legitimamente, ser entendida como um acto de propaganda que, ainda por cima, é simples, barata e eficaz pois dá milhões...de votos.
E mais: sabendo-se que os outros candidatos à Presidência não estão em pé de igualdade com ele, em termos de visibilidade na comunicação social (e não só) por força das funções que desempenha, sem dúvida, mas também devido à multiplicação das visitas que ultimamente tem realizado e às iniciativas em que tem participado, com um afã nunca visto, o anúncio também pode ser entendido como uma forma de condicionar os outros candidatos a seguirem-lhe o exemplo quando ele sabe, de antemão, que eles não estão em condições de segui-lo, se quiserem realizar uma campanha minimamente eficaz. Ou seja, à luz deste entendimento, o anúncio também pode ser visto como um excelente exercício de hipocrisia política.
Ou não ?
Ou não ?
1 comentário:
O seu comentário, Francisco, lembra-me a história do velho, o rapaz e o burro... O mundo fala de tudo, tenha ou não tenha razão...
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