O jornalista e investigador norte-americano Steve Doig calcula [de acordo com a metodologia por ele usada e explicada no seu blogue (a que cheguei por esta via)] que o número de participantes na manifestação, contra as medidas de austeridade, promovida pelos sindicatos da função pública afectos à CGTP, no passado sábado, terá andado entre 8 mil a 10 mil pessoas, enquanto a organização aponta para os 100.000 participantes, número este que é o único divulgado pelos jornais diários que ontem me dei ao trabalho de folhear (DN, JN e "Público") indo o DN ao ponto de nem sequer indicar que o número era o indicado pela organização.
Compreende-se perfeitamente que os promotores deste tipo de iniciativas tenham por hábito (que, pelos vistos, consideram normal) empolar os números, porque é em função dos divulgados que se afere o seu êxito ou o seu fracasso: quanto mais elevado o número, maior o sucesso.
Ao invés, já não se compreende lá muito bem a forma acrítica como os media em geral engolem com tanta facilidade os números que lhe são assoprados, até porque, como o demonstra o trabalho do jornalista norte-americano, é possível para qualquer jornalista dotado de um mínimo profissionalismo e de sentido crítico avançar com os dados resultantes da sua própria observação.
Limitar-se a debitar números fornecidos pela organização não é jornalismo, nem digno de jornalistas: qualquer papagaio era capaz de fazer o mesmo.
Infelizmente, constata-se todos os dias que jornalistas-papagaios é o que mais há por aí.
4 comentários:
Amigo não eram 8000 eram 800 o resto eram hologramas.
E confundir 100000 com 8000 e os jornalistas não verem tem uma explicação fácil não usam os mesmos óculos do americano.
E depois há aqueles que mesmo sem óculos tem uma vista que nem precisam dos óculosdo americano.
Nem de propósito!
Foi só preciso o Francisco ter falado de papagaios e apareceu-lhe logo um aqui na caixa de comentáros!
Doutra espécie é verdade, dos vermelhuscos, papagaios velhos que de há 20 anos para cá, piores que burros, continuam a não aprender línguas...
Meu Caro A. Teixeira, para dizer a verdade, nem sei bem o que é que o "jojoratazana" é. "Ratazana" é, porque ele o diz e condiz com a miopia de que dá provas.
O Francisco vai-me desculpar mas o tal de "jojo" tem razão e o seu americano não percebe nada disto. Eu cá afirmo, convicto, que na manif. iam pelo menos um milhão a milhão e meio de pessoas, que nisto de manifs., mais cem mil , menos cem mil, vai dar no mesmo. É preciso é dizer que "foram mais que as mães". De efeitos práticos da dita cuja, conheço um: Por causa dela, o cortejo fúnebre de um amigo chegou ao Alto de S. João com o cemitério já fechado, não se tendo por isso realizado o funeral, tendo o corpo ficado lá depositado para no dia seguinte se proceder à cerimónia, (missa e cremação). Porra para a manif.
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