Conhecida que é a proposta apresentada pelo único concorrente à aquisição da TAP, indicam os números avançados pelo Jornal de Negócios que se perspectiva como possível mais um negócio, já não digo da China, mas das Arábias. Isto claro, se o governo tiver a pouca vergonha de a aceitar.
Os números não deixam margem para grandes dúvidas, uma vez que a oferta (?) se traduz na assunção do passivo da TAP (1200 milhões de euros), no investimento de 300 milhões de euros no capital da companhia aérea e na entrega ao Estado da ridícula quantia de 20 de milhões de euros, o que vale por dizer que o senhor Germán Efromavich se propõe ficar com a organização, a frota, a marca, as rotas estabelecidas e a clientela fidelizada duma empresa que, para além do mais, é uma companhia de bandeira que projecta uma boa imagem do país no exterior, a troco duma bagatela que outra coisa não são os 20 milhões de euros desembolsados, já que os 300 milhões a investir são dele e dele continuarão a ser.
Seria de presumir que, perante esta proposta insultuosa para a própria TAP, o governo se limitasse a recusá-la, muito simplesmente, mas parece que não, pois diz o mesmo órgão de comunicação social que o governo quer negociar. Mas negociar o quê e para quê? Para receber, em vez da 20 milhões, talvez uns 40 milhões para reeditar o negócio da venda do BPN?
A privatização da TAP, só por si, já é um erro enorme, como já, por mais de uma vez, foi salientado pelo Miguel Sousa Tavares, nas colunas do "Expresso". Vendê-la por um prato de lentilhas, contenha o prato 20 ou 40 milhões, será sempre um escândalo.
Olhando para o preço oferecido, será caso para perguntar: a TAP ainda voa?
(Título reditado)
Olhando para o preço oferecido, será caso para perguntar: a TAP ainda voa?
(Título reditado)
2 comentários:
Mas se calhar alguém, ou melhor, a conta bancária de alguém, numa off-shore claro, voará bem alto se este "negócio" se concretizar.
Será que estarei muito errado?
A TAp, a RTP ( o processo da EDP/REN em investigação) são indícios claros de que este governo anda a governar-se em vez de governar.
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