sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Grandes "negócios"

Se as receitas provenientes das privatizações que este governo já concretizou e das que se prepara para realizar têm um impacto reduzido no abatimento da dívida pública que, por contas já feitas, não vai além de 2%; e se, no caso da EDP, GALP e REN, a privatização não se traduziu em qualquer benefício para os consumidores (particulares e empresas) é caso para se perguntar onde estão as razões que as justificam. 
A pergunta é ainda mais pertinente quando se fala da privatização da "Águas de Portugal", pois tem sido repetidamente afirmado que, com a sua privatização, vamos ter, não diminuição dos custos para os consumidores, mas sim agravamentos. Para já não falar na privatização da RTP se ela for avante. É que, para além de estar em causa a prestação dum serviço público digno desse nome, o negócio, a confirmar-se o desenho da venda de 49% do capital com entrega da gestão aos privados, mantendo estes as receitas provenientes da taxa do audiovisual, é um verdadeiro negócio da China para o comprador. E um negócio absurdo, vistas as coisas do lado do Estado.  
Tratando-se, em geral, de empresas que operam em sectores onde a concorrência é fraca, ou nenhuma, nem sequer o argumento do aumento da concorrência, com reflexos positivos em sede de competitividade, se pode aproveitar como justificação.
Que resta? Talvez a oportunidade de realizar grandes "negócios"?

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