A privatização da TAP não levantou voo. Ainda bem, porque o "negócio" cheirava francamente mal.
A razão apresentada pelo governo - falta de meios financeiros por parte do candidato para assegurar a recapitalização da empresa - não passa de uma desculpa esfarrapada, porque, a ser essa a verdadeira razão, a proposta do candidato colombiano-brasileiro-polaco deveria, logo à partida, ter sido recusada, sem necessidade de ir a Conselho de Ministros.
A razão da recusa tem, pois, de ser procurada alhures. A verdadeira razão radica, a meu ver, nas dúvidas sobre a transparência do negócio, alimentadas pelas oposições e encaradas seriamente pela opinião pública, dúvidas que mais se adensaram depois de se ter ficado a saber, graças ao "Público", que o (ainda) ministro Relvas tinha tido contactos com o senhor Germán Efromovich.
A meu ver, o "beijo" de Relvas foi, neste caso, fatal.
A ser verdade que ninguém explicou ao candidato que teria de fazer prova de que dispunha de meios para adquirir e recapitalizar a empresa previamente à decisão do Conselho de Ministros e não apenas “quando fosse assinado o contrato de venda”, o facto só pode significar que o negócio foi concebido por amadores duma parte e doutra e toda a tramitação do negócio só pode ser vista, do exterior, como uma boa trapalhada.
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