Esta prosa da autoria de Helena Garrido, directora-adjunta do Jornal de Negócios, é mais uma prova de que a grande maioria dos que têm voz na comunicação social estão de corpo e alma com a política seguida pelo executivo passista/portista, para o qual a reforma do Estado não passa de uma sucessão de cortes incidindo sempre sobre os rendimentos das mesmas vítimas: funcionários públicos, empregados de empresas públicas, reformados e pensionistas.
Do ponto de vista daqueles e na lógica do "com o mal dos outros posso eu bem", a defesa dos cortes até se compreende. Como também se entende perfeitamente que, na mesma lógica, se recuse liminarmente o aumento de impostos, mesmo que abrangendo apenas os que estejam em condições de os pagar.
Todavia a quem tem a responsabilidade de escrever (ou de intervir de qualquer outra forma) em órgãos de comunicação social não se pede que se pronuncie tendo apenas em conta o seus particulares interesses, antes se exige um tratamento objectivo dos assuntos em questão.
Ora, deste ponto de vista, é óbvio que o aumento dos impostos, quando tal seja necessário em função das dificuldades que o país atravessa, é uma opção que, sendo embora desagradável para quem os suporta, é muito mais justa do que a seguida pelo actual executivo traduzida em sucessivos cortes sobre os rendimentos só de alguns.
Até o povo que, na sua grande maioria, não andou em nenhuma faculdade, nem cursou economia, tem perfeita noção de que é assim, quando, na sua sabedoria, recomenda que se "divida o mal pelas aldeias". De facto, só desta forma se tratam todos os cidadãos por igual, como manda a justiça.
Não será assim?
3 comentários:
Clamotamigo
Estou contigo! Tens carradas de razão! Mas a Garrido [que foi minha (in)subordinada no DN] habituou-se e habituou-nos a jogar com o pau de... dois bicos. Ou seja, é uma no cravo, outra na ferradura...
Acho o teu blogue muito interessante. Por isso, já te sigo; mais, vou colocar-te lá na Travessa entre os BLOGUES MAIS FIXES.
Abç
Henrique
Obrigado, Henrique. Abraço.
O HenriquAmigo já disse tudo!
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