Dir-se-ia que para a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), se não é, parece.
Vem isto a propósito da reacção da dita Associação que considera, em comunicado, que a expressão "O juiz Carlos Alexandre que se cuide" usada por Mário Sores num escrito no DN é uma ameaça dirigida ao sobredito juiz e, consequentemente, um crime.
Admira-me que o excelente faro da ASJP que consegue detectar um crime de ameça numa expressão que, literalmente, não passa de um conselho ou de uma recomendação, que, vindo de quem vem e atento todo o seu passado, não consente outra leitura, não tenha sido ainda capaz de detectar e de denunciar as diárias violações do segredo de justiça no processo contra José Sócrates, preso no estabelecimento de Évora às ordens do procurador Rosário Teixeira e do juiz Carlos Alexandre, violações que ainda são crime. Acho eu, mas outro deve ser, inexplicavelmente, o entendimento da ASJP, que, no mesmo comunicado, garante que “no Estado de Direito os juízes cumprem a lei e apenas a lei”.
A peremptória afirmação, certa em teoria, choca com a realidade dos factos, a começar pelo relatado, e não pode, por isso, ser levada a sério. Não passa de mais uma peça a contribuir para deteriorar ainda mais a imagem da justiça, que, de alguns anos a esta parte, tem andado pelas ruas da amargura. Pelo menos, é que o dizem as sondagens que regularmente têm vindo a ser publicadas.
1 comentário:
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~ ~ D e s o l a d o r !! ~ ~
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