terça-feira, 20 de julho de 2010

Juvenis, mas perigosos

As alterações que o PSD pretende introduzir na Constituição são de tal monta e descaracterizariam a tal ponto o Estado Social em que vivemos, que não têm a mínima hipótese de vir a integrar o texto constitucional. Para tal concluir, basta atentar nas tomadas de posição já conhecidas, partindo, quer das organizações de trabalhadores ( UGT e CGTP), quer de diversas forças políticas (PS PCP e BE), para além de estarem longe de recolher  consenso dentro do próprio PSD, como se pode concluir da tomada de posição de Alberto João Jardim que não esteve com meias medidas e chegou ao ponto de declarar: "Estou frontalmente contra e estou no direito de estar contra. Expulsem-me, que é um favor que me fazem”.
Embora não venham a obter vencimento, em sede de revisão constitucional, como estou certo, as propostas do PSD mostram o que poderíamos esperar de um Governo liderado por Passos Coelho. Tais propostas têm, além do mérito de nos esclarecer sobre o ideário do actual PSD (onde não há lugar para preocupações sociais), um outro que é o de  pôr termo à tese do PCP e do BE de que não há diferença entre o Governo do PS e um governo liderado pela direita liberal de Passos Coelho.
Estranha é a "ingenuidade" da direcção do "jovem" Passos Coelho que, por certo, não antecipou o coro de protestos com que as suas propostas viriam a ser acolhidas. Tal, só por si, revela a imaturidade da equipa que ele lidera. É mesmo próprio duma equipa de juvenis. Juvenis, mas, pelos vistos, perigosos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não acho que sejam juvenis... Estão é a procurar gerar artificialmente uma situação de conflito, o que até dá jeito, porque permite ocultar a completa falta de ideias concretas para resolver os problemas do país...

Bettencourt de Lima disse...

Jovens janízaros ( da Escola de Chicago )

Os jovens janízaros que tomaram conta do PSD estão prestes a alterar a matriz social-democrata do partido e a criar uma formação que nada tem a ver com a origem. Pois bem, para além da confusão que se está a instalar nas bases do partido, constituído basicamente por pessoas que ao longo dos anos se habituaram a ver o partido lutar pela melhoria das suas condições de vida, nomeadamente na saúde, na escola e nas reformas, vê agora o partido a ser elogiado pelos patrões, que enxergam no horizonte a possibilidade de despedir sem limite nem escrúpulo.
Não sei como se pode ser politicamente tão néscio em tão pouco tempo !
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Anónimo disse...

Dentro do PSD convivem dois tipos de gente.Uma delas tem uma matriz conservadora e rural que está agarrada às autarquias e que luta pelos pequenos privilégios locais sem qualquer visão de modernidade e muito menos de solidariedade nacional.O outro tipo de gente é formado por empresários que adoram viver com base em mão de obra barata e pouco qualificada mas que precisam do Estado para receber os benefícios sem os quais também não são viáveis os seus negócios.O primeiro grupo quer maior despesa do Estado e o segundo quer redução de impostos.Quando um tipo imaturo como o Passos Coelho fica à frente dum partido como este,só tem duas soluções.A primeira é passar a vida a pedir desculpa a um dos grupos para atender o outro grupo.A segunda é ir-se embora o mais cedo possível e voltar para o escritório do Ângelo Correia.