"Numa terra pensada, o comércio local não morre
O conflito que opõe os comerciantes do centro de Almada à actual gestão da Câmara Municipal é o resultado de uma série de omissões e erros do município, que lesaram o comércio local.
O conflito que opõe os comerciantes do centro de Almada à actual gestão da Câmara Municipal é o resultado de uma série de omissões e erros do município, que lesaram o comércio local.
A chegada das grandes superfícies e em particular do Forum Almada deveria ter sido acompanhada de medidas de compensação, favoráveis ao centro da cidade a ele atraíndo mais pessoas e nele tornando a mobilidade mais fácil. Por outro lado, dado que o município recebeu vultuosas contrapartidas dessa infraestrutura, parte delas deveria ter sido encaminhada para ajudar o pequeno comércio a enfrentar a nova pressão competitiva, nomeadamente sob a forma de apoios ao investimento à sua modernização. Nada disso aconteceu.
Pelo contrário, essa pressão competitiva foi acompanhada do agravamento das condições de acessibilidade ao centro do concelho. O arrastamento, por motivos fúteis, das obras do Metro do Sul do Tejo e a incapacidade de as gerir de modo faseado fizeram com que os anos passassem e se perdesse genericamente o hábito de deslocação ao centro para fins comerciais. A descoordenação entre serviços municipais fez com que ainda estejam a ser agora construídos parques de estacionamento que deveriam ter entrado em funcionamento com o início do Metro. Até as soluções encontradas para o desenho das vias, a ausência de escapatórias para os autocarros ou as verdadeiras "gincanas" que acompanham as passadeiras parecem ter sido desenhadas para tornar difícil e incómodo chegar ao centro.
A tudo isto juntou-se um Plano de Mobilidade que os seus próprios autores consideraram que exigiria grande acompanhamento para ser executado e que teria grande complexidade, Plano esse que se revelou um desastre quando aplicado.
Agora há que fazer tudo o que poderia ter sido feito em tempo e corrigir o que for possível. O Município tem o dever de constituir um fundo de apoio à modernização comercial, para ajudar os comerciantes que desejem investir na modernização das suas lojas, a construção do estacionamento tem que ser acelerada, o Plano de Mobilidade tem que ser revogado.
Em particular, a zona chamada pedonal, onde até passam autocarros, que excentricamente corta ao meio o principal eixo de avenidas da cidade e torna o trânsito caótico tem que ser revogada como, justamente, os comerciantes reclamam . Faz sentido que se criem zonas realmente pedonais, mas nas vias laterais e que se deixe bater o coração da cidade nas suas grandes avenidas. Faz sentido que se limite a velocidade do trânsito, mas não que se desvie das avenidas mais largas para as ruas mais estreitas, algumas delas centenárias.
A actual gestão municipal não consegue perceber essa necessidade. Por isso teima em reprovar o fundo de apoio ao investimento e por isso resiste a rever o esquema de circulação do trânsito no concelho. Essa incapacidade do actual poder camarário de dar valor aos problemas que afectam os munícipes, escravizado que está por uma visão autocrática da cidade está entre os factores mais importantes que levaram a que me candidatasse e a que esteja a tentar derrotá-lo."
(*Candidato pelo PS à presidência da Câmara Municipal de Almada)
2 comentários:
Tudo o que li se adapta, infelizmente a todas as cidades de Portugal!
Só em Almada?
Já agora, hercúlea tarefa espera Paulo Pedroso, não?
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