A Federação Portuguesa de Futebol não esteve, a meu ver, nada bem na gestão do "caso Queirós", mas a iniciativa de convidar Mourinho para orientar a selecção portuguesa, em part time e a partir de Madrid, só pode ser levada à conta dum perfeito disparate e duma completa idiotice. À uma, porque a solução já de si não era boa, pois Mourinho, conquanto seja um excelente treinador, ainda não faz milagres. E, por outro lado, ainda que Mourinho estivesse, como parece que estava, disponível para aceitar o convite, era previsível a recusa do acordo por parte da direcção do Real Madrid, que contratou Mourinho como treinador a tempo inteiro e a peso de ouro. Aliás, ao que transparece das palavras de Mourinho proferidas ontem em conferência de imprensa, a recusa do Real Madrid em dar o seu acordo, já não é só previsível, mas mais que certa.
Ora, se há disparates que não têm grandes consequências, este não vai ser o caso, a meu ver. De facto, a Federação Portuguesa de Futebol, na sequência do falhanço desta iniciativa (ainda que seja só da responsabilidade do presidente da direcção, Gilberto Madail) meteu-se num grande sarilho, pois não será fácil desencantar, nas alternativas de que se tem falado, um treinador que esteja disposto, nesta altura, a aceitar o cargo de seleccionador nacional depois do insólito convite dirigido a Mourinho que só pode significar pouca confiança nessas hipóteses. E, o que é pior, mesmo que encontre quem aceite, o novo seleccionador vai iniciar o seu trabalho numa posição de fraqueza e isso não é, seguramente, aquilo de que a selecção nacional precisa. Se tal nunca é recomendável, muito menos o é, na actual situação.
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