O "Expresso", na sua edição de hoje, dá-nos conta de que, só no primeiro semestre deste ano, se venderam em Portugal quase três milhões de telemóveis. Sabendo-se que já éramos um dos países com maior cobertura nesta área, a nível mundial, aquele número vem confirmar que somos um povo de palradores. E incorrigíveis, pois, pelos vistos, nem a crise nos corta o vício de falar pelos cotovelos.
Diga-se, fazendo um parêntesis, que não me parece que assista razão ao "Comendador Marques de Correia" que na sua habitual carta aberta na Revista Pública distribuída juntamente com a mesma edição do "Expresso", considera José Sócrates o protótipo de palrador. (Ele não usa propriamente a expressão, mas é aonde quer chegar). E não me parece porque, não só não é verdade que Sócrates faça discursos sem fim (por não saber o que é um discurso interminável, o "Comendador" deveria ouvir os discursos de Fidel, só durante a última década, para o castigo não ser muito pesado), como ser exímio no uso da palavra não é defeito, mas qualidade. Para além de que, Sócrates não se limita a falar. Também faz.
Regressando à notícia dos telemóveis, ficámos também a saber que para o aumento das vendas de telemóveis muito contribuiu o segmento dos smartphones, o segmento mais caro e que, no segundo trimestre, cresceu nada mais nada menos do que 79%.
Diria, cá na minha, perante estes números, que se é verdade que os smartphones são "espertos", os compradores portugueses estão muito longe de o serem.
2 comentários:
Caro Francisco,
É deveras interessante constatar que enquanto uns tentam controlar o défice, os seus autores clamam contra ele...
Que dizer dos pedidos de aumento de rendimentos para a classe média, esse poço sem fundo do consumismo?
Os pobres custam muito caro, não é?
De facto somos um Povo curioso... Face a esse facto cientifico, é caso para dizer: "Crise?? Qual crise??"
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