quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dois ou três é quanto basta

Já que fiz a pergunta, no post anterior, sobre se dez pessoas não seria gente a mais para o "Governo pequeno" que Passos Coelho anda ansioso por formar, há que dar a resposta.
Ainda estou para perceber a ânsia de Coelho, mas para a pergunta já tenho resposta. A meu ver, dois ou três ministros, com ele incluído, é quanto basta. Dois (Passos e Portas) bastariam num Governo apoiado pelo PSD e pelo CDS (partido que Coelho faz questão de chamar a colaborar). Três, seria, porém, o ideal para o Governo ter uma base de apoio mais alargada, incluindo um independente. Em tal caso, atrever-me-ia até a dizer que se a escolha viesse a recair em Bagão Félix seria como sopa no mel: Bagão ainda é "independente", tanto quanto julgo, é amigo do peito de Portas e está em boas condições para fazer a ponte entre o Governo e  Cavaco (que nele confia, pois ainda recentemente o nomeou como conselheiro de Estado) e é homem de levar e trazer, como o demonstra um episódio recente. Além do mais, esta ponte parece-me indispensável para assegurar uma boa colaboração entre PR e o Governo Passos - Portas, porque Cavaco destes dois já não se fiava há muito e agora, depois do negócio Passos - Nobre (adversário de Cavaco nas presidenciais) muito menos.
Avancemos na explicação:
Não é segredo para ninguém que Passos Coelho, se pretende formar uma aliança pós-eleitoral com o CDS, deseja com muito maior intensidade o apoio do FMI para governar. Aliás, como é sabido, o homem tanto se esforçou que conseguiu mesmo abrir-lhe a porta.
Agora que já cá está, só tem que aproveitar, pois o pessoal do FMI não se faz rogado e por onde anda é ele quem manda. Ministros, pois, para quê ? Com o FMI portas adentro e com o desejo que Passos Coelho tem manifestado de que seja o FMI a dar ordens, o Governo à moda de Passos não passaria de um Governo-faz-de-conta, cabendo-lhe, quando muito, assegurar, formalmente, a representação do Estado. Logo, dois ou três ministros seriam mais que suficientes para compor o ramo. É verdade que, embora mandando, o FMI vai precisar de operacionais para levar a cabo as medidas decididas pelo seu pessoal, dificuldade que, no entanto, será facilmente ultrapassável com uns tantos secretários de Estado, ou "ajudantes", para utilizar a famosa expressão de Cavaco. Passos e Portas podem não ter gente disponível, com capacidade para ser ministro, mas para "ajudante" sempre conseguirão arranjar uns quantos fiéis.
Solução fácil, não é ? Não garanto é que saia mais barata.

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