José Vitor Malheiros, em artigo intitulado "Os cinco pilares da discrição" hoje vindo a lume no "Público" (edição impressa), a dado passo, escreve:
"(...) na semana passada, o conselho nacional do PSD lá levantou a ponta do véu, com a publicação dos cinco pilares da acção de um futuro executivo PSD. O problema é que os cinco pilares, apesar dos capitéis decorados com uma retórica contra "o actual paradigma estatizante", são mais vagos que as brumas de Avalon.
Porque é que o PSD não foi mais claro ? Mais concreto ? Porque é que não consegue dizer o que fará no Governo ? Não fará a mínima ideia ? (...)
Seria de esperar que a demissão do Governo encontrasse o PSD com os motores já aquecidos, programa feito e Governo-sombra na calha, para tentar conquistar a confiança do povo. Mas eis que lhe salta o colchão de dentro do toucado. O PSD não quer que se saiba por onde vai andar a mão invisível e prefere apostar nesta "democracia discreta", reduzindo a exposição pública das suas propostas, não se vão oxidar.(...)"
Boa malha, acho eu, esta referência ao perigo de oxidação! Mesmo assim, vejo-me constrangido a discordar de José Vitor Malheiros, neste ponto! De facto, a tese da oxidação não colhe. É que, em boa verdade, o PSD tem sido tão veloz em dar o dito por não dito, nos raros casos em que tomou posição (veja-se o aumento de impostos, ou a participação na golpada sobre a avaliação de professores) que o mais certo é que, se o PSD se desse ao trabalho de apresentar um programa de Governo, as suas propostas não conseguiriam sequer iniciar o processo de oxidação.
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