Cavaco, durante o desencadear e o desenrolar da crise, manteve-se em silêncio, tornando legítima a suspeita de que teria ficado afónico devido a algum vírus apanhado durante os virulentos discursos por ele proferidos, um, logo após o conhecimento dos resultados das eleições presidenciais e o outro na data da sua tomada de posse. Durante aquele período, de Cavaco o mais que se ouviu, foi a afirmação de que não teve margem de manobra para intervir na resolução da crise, o que fazia supor, uma vez que entre o anúncio do despoletar da crise e a sua consumação duraram algumas semanas, que o homem teria ficado paralítico.
Vê-lo agora, depois de consumada a crise política (desencadeada com a rejeição do PEC e com a demissão do Governo) pedir responsabilidades e consensos aos partidos políticos para que aceitem comprometer-se com o pedido de ajuda financeira externa que, já se sabe por declarações dos dirigentes de Bruxelas, só virá, em condições mais gravosas do que as previstas no PEC rejeitado pelos mesmos partidos a que agora faz apelo, prova que, afinal, Cavaco, não só não estava afónico, como também não estava paralítico.
A constatação deixa-nos, naturalmente, satisfeitos ao verificar que o inquilino de Belém ainda está em funções, do que chegou a ser lícito duvidar.
Fica, no entanto, a faltar a explicação para a estranha paralisia que durante semanas o acometeu.
Adianto esta: o "puto*" manifestou ao "paizinho", em linguagem infantil, que não deixa dúvida sobre a idade mental do "puto", que queria chegar "ao pote". O "paizinho" fez-lhe a vontade, como facilmente se compreende. Qual o "paizinho" que não faria a vontade ao "puto"?
* Leia-se: PPC.
(Título reeditado)
(Título reeditado)
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