Está visto que a liderança bicéfala proposta por Louçã está longe de reunir consenso dentro do BE. Primeiro, foi a deputada Ana Drago a afirmar "que a possibilidade de uma liderança bicéfala tem apoiantes e adversários dentro do partido, recordando que há militantes que têm “outros modelos” de direcção".
Mais incisivo ainda é o bloquista Daniel Oliveira que contesta abertamente a solução, considerando “A solução bicéfala (ou tricéfala, se a ela acrescentarmos a liderança parlamentar, que obviamente ganha outra relevância na ausência de um coordenador único) gera confusão, descoordenação e enfraquece o partido”.
Além de que, diz-se, a solução avançada por Louçã acaba por se traduzir numa menorização dos seus eventuais sucessores, sejam eles os apontados João Semedo e Catarina Martins, ou qualquer outra dupla, já que deixa a ideia de que, para Louçã, só uma liderança a dois é capaz de desempenhar a tarefa de coordenação que ele executou até agora sozinho.
Não me cabe a mim pronunciar-me sobre as opções do BE relativamente à sua liderança, mas nada me impede de reconhecer que as críticas, entretanto surgidas no seio do BE, não só fazem todo o sentido, como indiciam que o partido é cada vez menos um Bloco.
Suponho que daí não virá grande mal ao mundo. E, provavelmente, até muito pelo contrário.
2 comentários:
O BE está um bocado escaqueirado e intervenções infelizes como as do Daniel Oliveira, ainda ajudam mais a destruí-lo. No entanto, continuo a pensar ( não sendo eu bloquista) que o BE faz falta ao país.
Abraço,
Lá que está um bocado escaqueirado,concordo, Carlos, mas a culpa não me parece que possa ser atribuída ao Daniel Oliveira, o bloquista menos sectário que conheço. Talvez o Louçã tenha mais culpas no cartório.
Não discuto que o BE faça falta, pois tem tomado algumas iniciativas com as quais concordo. Todavia, também não me esqueço que o bloco tem sido muito útil à direita. Se esta está hoje no poder também ao Bloco se deve. E isso eu não lho agradeço, nem lho perdoo.
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