O recuo do governo português (mais um) relativamente ao pedido de atribuição a Portugal das condições concedidas à Grécia, no que respeita à redução da comissão dos empréstimos, ao prolongamento do prazo do reembolso e à possibilidade de adiar o pagamento dos juros, tem sido justificado com o receio de que tal pedido poderia ser mal compreendido pelos "mercados", podendo afectar a reputação do país como entidade com capacidade para cumprir os seus compromissos face aos credores.
A justificação, se bem que em linha com a advertência do ministro alemão Wolfgang Shhäuble, a quem é atribuída a afirmação de que o pedido "seria um sinal terrível" (afirmação que, do ponto de vista dum credor, até é facilmente compreensível) é uma perfeita imbecilidade, pois é evidente que, vistas as coisas pelo lado dos "mercados", a diminuição dos encargos com a dívida actual, só pode ser lida como favorável ao cumprimento de encargos derivados de emissão de dívida no futuro.
O que está, pois, por detrás do recuo é tão simplesmente a subserviência de que este governo tem dado abundantes provas perante os ditames do governo da senhora Merkel. E é também, sem qualquer dúvida, um sinal de que, para este governo, os portugueses não passam de um bando de imbecis.
E estamos nisto: uma equipa governamental de cócoras perante a senhora Merkel a tratar os portugueses como imbecis. Até agora, em completa impunidade.
Até quando?
1 comentário:
Infelizmente, começo a acreditar que até 2015. Pelo menos...
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