quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Transparência: precisa-se. Uma explicação também

A maioria par(a)lamentar de direita, segundo se anuncia, prepara-se para "chumbar" o projecto de lei apresentado pelo PS visando “garantir a transparência da titularidade dos órgãos de comunicação social”. Depois do veto de Cavaco a idêntica iniciativa do PS, ainda durante a governação de José Sócrates, a direita está pronta para repetir a "façanha".
Falando pelo PSD, diz-nos a deputada Francisca Almeida que a actual legislação "não deixa Portugal ficar mal" em comparação com outros países europeus.
Do lado do CDS não se encontra melhor argumento do que o avançado pelo deputado Raul Almeida que considera que o projecto do PS "é desnecessário e é direccionado para determinados grupos".
Não vale a pena perder tempo com tais argumentos que nem sequer merecem ser qualificados como tal. Estamos, assim, sem saber qual a explicação para o anunciado "chumbo". A explicação terá, forçosamente, que ser procurada alhures.
No proclamado amor pela transparência não se encontra, de certeza. Assim sendo, haverá quem seja tentado a descobrir a verdadeira explicação numa inconfessada preferência pela opacidade, propícia à celebração de negócios escuros, como o que o ainda-ministro Miguel Relvas congeminou e que levará, se o actual governo ousar tamanho escândalo, á venda de 49% da RTP à Cofina que, para o efeito, conta com o financiamento do grupo Newshold, alegadamente, pertencente a capitais angolanos, grupo, por sua vez, detido pela offshore Pineview Overseas, com sede no Panamá e, como ressalta à vista desarmada, um bom exemplo de "transparência". 
Esta possível explicação é, obviamente, inaceitável para quem faça profissão de fé na honradez deste governo de direita. Só que, nesse caso, falta a explicação. Venha ela, se o governo ou, pelo menos, os membros do governo envolvidos no negócio da privatização da RTP, não quiserem ficar com a fama. Já não digo com o proveito.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eles tomaram o freio nos dentes e agora vai tudo a eito, à medida dos seus desejos. Vão destruir o país ante a complacência do Cavaco e- custa-me dizê-lo, mas é verdade- de algumas figuras do PS ( com Seguro a encabeçar) que a única coisa que desejam é que este governo caia de podre, mas quanto mais tarde melhor.
Não sei se já perceberam que, quando lá chegarem, não vai haver país para governar...