Paulo Portas suicidou-se politicamente no dia em que resolveu voltar com a palavra atrás em relação à sua "irrevogável" decisão de se demitir do governo de Passos Coelho. Nesse mesmo dia ficou a saber-se o que vale a sua palavra: NADA. E ele, que tem a obrigação de se conhecer a si próprio melhor que ninguém, deve ter tido consciência disso, porque todas as bandeiras por ele defendidas, com maior ou menor demagogia, ao longo dos anos (agricultores, reformados, contribuintes) foram sendo sucessivamente abandonadas por ele e pelo seu partido.
Mais relevante, porém, é que o suicídio político de Portas teve, em simultâneo, como consequência fazer desaparecer o CDS enquanto força política com alguma valia e autonomia. Na verdade, o CDS, nos dias de hoje, não é mais que um mero "apêndice do PSD".
A melhor prova da actual e, porventura, definitiva irrelevância política de Portas e do partido que ele lidera (?), o CDS, nem é a formação da coligação "Portugal à Frente" (para andar para trás, permito-me eu acrescentar), aceite incondicionalmente pelo CDS. O sinal mais evidente da perda de autonomia do CDS é participação de Portas e de alguns quadros do CDS na "festa do Pontal" organizada pelo PSD, manifestação onde Portas apareceu, não como dirigente de um partido com uma ideologia e valores próprios, mas transformado em mero soldado às ordens de Passos Coelho, encarregado de endereçar setas e farpas aos adversários. Sem grande habilidade e nula eficácia, diga-se.
(Reeditado)
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1 comentário:
Se alguma vez pensou que a sua presença na coligação iria fazer a diferença....(admito que sim), deixou passar as oportunidades. Já foi. Passado é e irrelevante.
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