Contando a direita que já não lhe escapava o ovo ainda no oviducto da galinha, compreende-se que tivesse manifestado o seu desagrado perante a iminência de ver cair na Assembleia da República o governo por ela patrocinado. Eu, pelo menos, compreendo. O que já não se compreende - eu, pelo menos, não compreendo - é que a manifestação desse desagrado tenha ultrapassado todos os limites aceitáveis em democracia. Com efeito, a raiva que, de incontida, transpareceu de todas as intervenções vindas, quer das bancadas da direita, quer da bancada do governo, tem o indisfarçável significado de que em qualquer das referidas bancadas se convive mal com as regras da democracia.
Muito mal mesmo e para dizer toda a verdade, convirá acrescentar que a direita, pelo menos, a que está representada na AR, pela forma como se exprimiu na circunstância, transmitiu para o exterior a ideia de que está doente. A raiva, como se sabe, é uma doença que, ainda por cima, é contagiosa. Para evitar a sua transmissão todo o cuidado é pouco. Assim sendo e para bem de todos, tratem-se.
(Gravura da Wikipédia)
1 comentário:
Por isso é que eu nem os vejo, nem os oiço! Para bem da minha saúde mental....
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