"Inenarrável" é um termo agora muito em uso, quando se prefere, que mais não seja por uma questão de decoro, não "chamar os bois pelos nomes". Vistas as coisas por este lado, Cavaco é certamente inenarrável, Passos, idem, Portas, ibidem e até o Marco António Costa, a quem dedico este "post", figura entre os inenarráveis.
Justifica-se a dedicatória, porque li por aqui que, para este inenarrável, "o PS fechou-se dentro de um casulo em que recusa permanentemente o diálogo" e "sempre que lhe é colocada um oportunidade para isso, foge", postura que considera "grave" e "única no plano político europeu".
A citações permitem concluir que o dito Marco António é um émulo de Cavaco no que respeita a falhas graves de memória. Com efeito, tem-lhe sido atribuída, até agora sem desmentido, a paternidade do dilema apresentado a Passos Coelho, formulado em termos que cito de memória, mas que não andarão longe do "ou há eleições legislativas, ou há eleições no partido". Sabe-se que, perante o dilema, Passos Coelho, vendo o seu lugar em perigo, mandou o diálogo às malvas e optou pelo derrube do Governo do PS, liderado por José Sócrates.
A pretensa postura de recusa do diálogo que, ora, tanto preocupa Marco António, ele próprio, como se deixa dito, uma referência na matéria, até pode, eventualmente, ser grave, mas única não é de certeza e, ademais, tem uma possível explicação. Simples.
Nada mais adequado para avivar a memória de Marco António e para lhe fornecer uma fácil explicação do que estas considerações vindas do seu companheiro de partido, Marques Mendes, considerações que não me importo de corroborar: "Eu acho que o Governo vai tarde a pedir consenso. Eu gostava de ter visto o Governo logo no início do mandato a desafiar o PS para consenso. Na altura desprezou, por isso o Governo merece esta crítica aqui. Chegou tarde demais à ideia de consenso".
Percebeste, Marco António?
1 comentário:
A avaliar pelas últimas notícias chegadas de Valongo, Marco António deve estar a ser "vítima de uma conspiração que visa aniquilá-lo politicamente"...
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