Atendo-me apenas à leitura dos jornais (aqui, aqui, aqui e aqui, ), já que não encontrei em parte alguma o texto, diria eu que o relatório do FMI sobre as oitava e nona avaliações é antes de mais uma balde de água fria lançado sobre o alegado "milagre económico" do ministro Pires de Lima, os "sinais positivos" de Moedas e outras proclamações optimistas de Passos e Portas sobre o andamento da economia, visto que considera que “o caminho para voltar a ter acesso pleno ao mercado quando o programa terminar (...) é estreito" e aponta para a necessidade de Portugal ter de recorrer à ajuda dos "parceiros europeus" para assegurar as necessidades de financiamento de médio prazo, considerações que têm o significado inequívoco de reconhecer que o governo falhou em alcançar todos os objectivos previstos no Memorando de Entendimento no que respeita à consolidação da contas públicas e à sustentabilidade da dívida pública.
O que pode servir de alguma consolação ao governo é o facto de o FMI insistir, no seu relatório, na defesa de mais de austeridade, apontando, designadamente, para a continuação dos cortes nos salários no sector privado, a somar aos cortes nos salários dos funcionários públicos e nas pensões previstos no OE para 2014, caucionando assim a política que o governo tem vindo a seguir como forma (errada) de aumentar a competitividade.
Fraca consolação, porque a caução dada pelo FMI é mais um erro a somar aos antecedentes. De facto, ao ignorar os efeitos perniciosos da receita até agora aplicada e ao persistir na defesa de mais austeridade, o FMI revela que é incapaz de aprender com os erros. Tal como este governo.
1 comentário:
Posso estar a ser perverso, mas algumas das indicações que estão no relatório foram sugeridas pelo próprio governo, para poder dizer: estão a ver como nós batemos o pé à troika?
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