Não se compreende a pressa de Mugabe na sua investidura, pois, tendo do seu lado as forças militares e policiais (por ele bem controladas e bem pagas) a sua continuidade como presidente do Zimbabwe estava assegurada, facto de que o próprio tem plena consciência, pois já afirmara que continuará no poder enquanto for vivo. Se o ditador pensa ver reconhecida a sua legitimidade, por via das eleições, no plano internacional (única explicação para mim visível para tanta pressa, em claro contrataste com a demora na publicitação dos resultados das eleições legislativas também recentemente realizadas e que lhe não correram de feição) vai ter uma desilusão, pois, para a comunidade internacional, a segunda da volta das eleições presidenciais, depois de desistência forçada do seu opositor, Morgan Tsvansirai, não passou de uma farsa.
Insensível à miséria a que condenou o seu país (outrora farto) Mugabe também é surdo à condenação quase unânime da comunidade das nações. Ao que tudo indica, desde que continue no poder, encerrado no seu autismo, pouco lhe importará que o considerem como um déspota. E assim será, pelo menos enquanto alguns países vizinhos, designadamente a África do Sul e Angola, lhe continuarem a dar o seu apoio (facto que nalguns casos até se compreende) mas que, no caso da África do Sul e do seu presidente, continua a ser, face ao que se tem passado, algo inexplicável.
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