terça-feira, 17 de junho de 2008

Verdade desportiva e caso julgado



Na decisão da UEFA que volta a admitir o Futebol Clube do Porto (FCP) na próxima Liga dos Campeões não está em causa a verdade desportiva - o FCP é o actual campeão nacional e tal título é inquestionável. Assim sendo, é claro que, do ponto de vista estritamente desportivo, o FCP tinha todo o direito de participar na Liga dos Campeões.

Isto não significa que a decisão da UEFA seja de louvar e, em boa verdade, é mesmo difícil de entender, atendendo às anteriores decisões e designadamente à última (que remeteu para reapreciação da primeira instância a decisão de excluir o FCP da Liga dos Campeões).

Aliás, o argumento invocado (haver dúvidas de que o processo em Portugal estava encerrado) é mesmo ridículo, pois não há a mínima dúvida de que em relação ao FCP há caso julgado. Que se saiba, ao FCP foram já retirados seis pontos na classificação do campeonato nacional da época ora finda e também que se saiba o FCP não recorreu da sanção aplicada que se tornou, por esse facto, definitiva.

Se, como parece deduzir-se das alegações do Benfica, nesta decisão da UEFA, andou a mão da FPF, esta é merecedora de censura e é justo que lhe sejam pedidas responsabilidades.

Em todo o caso, o que está em causa é uma questão de legalidade (respeito pelo caso julgado) e não a verdade desportiva: esta, por vezes, tem que ceder perante valores que mais alto se levantam.
(Nota: a imagem foi retirada daqui)

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