Jerónimo de Sousa afirmou hoje que a mudança política nacional é possível após a “estrondosa derrota” do PS e a “evidente erosão do Bloco Central”.
A mudança política apresenta-se, de facto, como possível, mas não passa pelo reforço do PCP (ou da CDU, que vem a dar no mesmo). Aí estão os resultados das eleições europeias para o comprovar, com o PCP a perder a posição de terceira força eleitoral em favor do BE. Como Jerónimo de Sousa não é cego, é lícito supor que nem ele acredita no seu discurso. Que não é cego, prova-o o facto de não se ter esquecido de mandar uma bicada ao Bloco de Esquerda.
Isto dito, convém reconhecer que Jerónimo de Sousa e o seu partido se mantêm fiéis à estratégia que vêm seguindo desde o início da legislatura, estratégia que passa pelo apoio (às vezes discreto, outras vezes, nem tanto) à actual liderança do PSD, a meu ver, a mais retrógrada de todas quantas este partido já conheceu. Isto, com o objectivo declarado de cilindrar a maioria do PS.
Os resultados das eleições europeias, com a vitória do PSD, confirmam que a estratégia tem sido bem sucedida. Se o PCP persiste em mantê-la é porque, para este partido, quanto pior melhor. O que se passou, recentemente, com a votação dos trabalhadores da Autoeuropa (influenciada, segundo foi noticiado, pelas orientações dadas pelo PCP aos seus militantes) é apenas mais um indício nesse sentido. Mesmo quando, como foi o caso, os primeiros prejudicados são os próprios trabalhadores !
1 comentário:
A coerência do PCP pode ser aferida a nível autárquico. Tirando o caso mais mediático de Lisboa, o PCP prefere as alianças tácticas e pontuais com o PSD.
Por isso, não há que admirar.
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