O número dos desempregados em Janeiro (14,8%, segundo o Eurostat) é só por si assustador, para lá de ser, em primeira mão, uma desgraça sem nome para os portugueses que se encontram nessa mais que infeliz situação. Porém, o que mais assusta é a progressão a que se assiste, em relação ao número de pessoas desempregadas bem visível no facto de, num só mês, a percentagem ter subido de 14% para 14,8% e de este número suplantar já em três décimas a previsão do governo passista para o final do ano (14,5%).
Perante este panorama, está mais que justificada a atitude da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ao não estar pelos ajustes com o discurso do governo de que a economia portuguesa está a "ajustar rapidamente".
De facto, estes números apontam precisamente em sentido contrário: com o desemprego a galopar desta forma, tendo como dupla e brutal consequência a diminuição da receita do Estado, por queda da cobrança do IRS e do IVA e o aumento da despesa, por via do aumento do montante global dos subsídios de desemprego, é difícil não antever que a espiral da recessão está mesmo ao virar da esquina.
Enquanto isto, os autores do golpe dos idos de março (do ano passado) na fracção "abençoada" pelos eleitores em junho (do mesmo ano) deslumbrados com a nota "positiva" da "troika", continuam apostados na política de austeridade "custe o que custar". E, para fazer face ao desemprego, entretêm-se a anunciar umas quantas pantominices cujo resultado, com a economia a decrescer, só pode ser o de aumentar a despesa sem nenhum outro benefício que não seja o de proporcionar aos seus promotores mais umas tantas oportunidades para fazerem propaganda.
Alguém falou já em golpistas e pantomineiros?
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