Passos/Coelho recusou-se a comentar o "romance" à volta da eventual nomeação de Teixeira dos Santos para administrador não executivo da Portugal Telecom, por indicação da accionista Caixa Geral de Depósitos, sob proposta do ministro Gaspar, este certamente alinhado com o próprio Passos/Coelho, como não podia deixar de ser.
Andou mal Passos/Coelho, porque o romance, ainda que a nomeação tenha sido ou venha a ser abortada, por oposição de Portas e travessas, tinha (e tem) todos os ingredientes para ser um sucesso. Trata-se, com efeito, dum "romance" bem original, desde logo, porque não tem heróis. Só vilões.
A começar em Passos/Coelho e em Gaspar que, com a sua proposta, acabam, eles próprios, por "reabilitar" a gestão do anterior ministro das Finanças, confirmando assim que o discurso governamental sobre a "bancarrota" não passa dum exercício de retórica para enganar eleitor.
(Não que ainda houvesse alguma dúvida sobre isso, mas a confirmação, vinda de quem vem, sempre dá mais consistência à tese.)
Teixeira dos Santos que, supostamente, aceitou o convite, também encarna bem o papel de vilão, facto que confesso, me desagrada particularmente. É que não o supunha capaz de se vender por um prato de lentilhas.
Mas, como diz o outro, muito se engana quem cuida. Neste caso, é o meu caso.
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