Disse ontem o "Álvaro" que o desemprego dos jovens, que já vai na casa dos 35%, é uma epidemia europeia. ("Epidémico", disse ele e não "epidérmico" como, inicialmente, se escreveu no Jornal de Negócios. O homem anda perdido lá pelos corredores, sem saber o que fazer e, daqui a pouco, sem nada que fazer, mas ainda não chegou a ponto de fazer tamanha confusão entre palavras quase homófonas.)
O desemprego dos menos jovens, se não é fruto da mesma ou de outra epidemia, é forçosamente culpa da herança deixada por Sócrates, sendo que no tempo deste não havia "epidemias", como bem se sabe, pois a crise nasceu precisamente no dia em que o actual governo agarrou o "pote". A acção deste governo, a austeridade do tipo "custe o que custar" é que não têm nada a ver com isso.
Ontem mesmo tive a oportunidade de obter nova confirmação ao ouvir o excelentíssimo ministro Relvas em animada cavaqueira com o não menos excelentíssimo jornalista Crespo, com este a puxar à corda e aquele a não se fazer rogado, fazendo uma parelha a todos os títulos excelentíssima.
E, claro que a desconfiança dos mercados também não é culpa deles. Neste caso, seguramente, a culpa é de avarias nas comunicações.
A falta de confiança dos consumidores e a dos empresários que não investem é culpa dos próprios que não vêm a vela ao fundo do túnel.
A austeridade decretada por eles também não é culpa deles. Ou é da troika, mesmo quando decidem ultrapassar as medidas resultantes do memorando, ou é, uma vez mais, do Sócrates, que assinou o acordo, pouco importando que eles próprios tenham participado nas negociações; que Sócrates o tenha feito na situação de demissionário, coagido por eles e por Cavaco, que tudo fizeram para não lhe deixar outra saída que não fosse a que há muito reclamavam.
Deles é que nunca é a culpa. Inventam sempre um bode expiatório.
Pergunto: quem não é capaz de assumir as suas próprias responsabilidades, é o quê? Irresponsável ? Não me digam!
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