Num momento de sinceridade, nele muito raro, Passos Coelho afirmou que não via no memorando acordado com a "troika" qualquer entrave ou limitação ao seu mandato como novo primeiro-ministro, garantindo mesmo que o seu governo estava determinado a "ir além da troika", no tocante a medidas de austeridade.
Foi dito e feito. O caso agora noticiado (Função Pública encolheu o dobro do exigido pela troika) é mais uma prova disso, entre muitas outras.
Todavia, os factos demonstram-no, a verdade na boca de gente como Passos Coelho dura tanto tempo quanto "manteiga em focinho de cão". Num ápice, desaparece.
Não admira, por isso, que, postos perante a desgraça a que a política de austeridade "além da troika" conduziu o país, Passos Coelho e demais gente da sua igualha, atirem as culpas para cima da troika, achando porventura que esta tem costas largas. De facto, deve ter, porque não alijou do capote as responsabilidades que não lhe cabem. Mas, se a troika tem as costas largas, não é menos verdade que Passos e a sua gente têm muita falta de vergonha. Tanta ou tão pouca que nem sequer assumem que a vinda da troika foi insistentemente reclamada pelos dois partidos da actual maioria (PSD e CDS) e que o memorando foi "cozinhado"com a sua participação e foi por eles assinado.
E ainda há quem se disponha a votar em tal corja!
1 comentário:
É altura de desmistificar definitivamente, a ideia de que foi o PS a trazer a troika. Não foi. Foi uma aliança entre a esquerda e a direita que nos conduziu a esta situação.
Até que alguém me prove o contrário, com factos e não com blá blá, essa continua a ser a minha convicção.
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