quarta-feira, 16 de setembro de 2015

"O Governo chumba-se a si próprio"*

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Em 2011, Álvaro Santos Pereira recorreu a oito indicadores económicos para proporcionar uma imagem sintética da governação socialista. Concluiu então que esse governo deixava “um legado de tal forma terrível que vai marcar inexoravelmente as nossas vidas e as dos nossos filhos”.

Quatro anos depois, prolongando a análise com recurso aos mesmos indicadores, verificamos que um está hoje em níveis idênticos aos de há quatro anos (taxa de desemprego), um melhorou significativamente (saldo da balança corrente) e seis pioraram consideravelmente (crescimento do PIB potencial, dívida pública, dívida externa bruta, dívida externa líquida, emigração forçada pelas circunstâncias económicas e divergência face à Europa). No fundo, o governo melhorou o saldo externo e piorou tudo o resto. E nem sequer estamos a trazer para a análise os níveis de pobreza, de desigualdade, do salário médio, da cobertura dos apoios sociais ou do emprego total.

Por outras palavras, o governo PSD-CDS, nesta auto-avaliação legitimada por antecipação, chumba-se a si próprio sem apelo nem agravo. O “triste legado” então exaustivamente identificado é hoje muito mais triste e ainda mais pesado. Os “piores indicadores económicos desde 1892” são hoje, quase sem excepção, muito piores.

Espera-se, para parafrasear uma última vez Álvaro Santos Pereira, que quando os eleitores forem votar no dia 4 de Outubro não se esqueçam dos verdadeiros factos desta governação
*(Alexandre Abreu. Na íntegra: aqui. Sublinhados meus)

2 comentários:

Anónimo disse...

Na verdade, o Ministro Álvaro Santos Pereira também devia ser avaliado: a minha avaliação é que foi, muito, muito provavelmente, um dos mais medíocres ministros da economia de que há memória (o seu sucessor anda lá perto).
Mas se quisermos ser ainda mais certeiros na análise, devíamos refiná-la e incluir alguns dos seus colaboradores mais próximos no Gabinete da Horta Seca...
Não me lembro de bando mais acéfalo e nefasto a tomar conta dos destinos deste país.

Francisco Clamote disse...

Inteiramente de acordo.