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Nestes tempos que estamos vivendo, também nos sentimos atrofiados por outras situações, tais como os comportamentos aparentemente loucos do sistema financeiro à escala global, ou os charlatanismos instalados no discurso eleitoral, em particular da coligação de direita (PSD/CDS).
Enquanto se discute se há ou não sinais de crescimento em Portugal - esquecem-se de discutir a distribuição da riqueza -, é preciso não perder de vista vários factos irrefutáveis. Comparando a situação que hoje vivemos com a que tínhamos em 2011 (e ainda mais com a de 2007), somos hoje um país mais pobre; com uma população menor e mais idosa; com dívidas muito maiores apesar da quebra dos salários, das pensões e dos direitos sociais fundamentais. Mas Passos, Portas e seus acólitos dizem que está tudo melhor. Por outro lado, o nosso acesso a juros baixos está preso por arames. Depende de acontecimentos como o rebentamento de bolhas especulativas na China e noutros países, ou de decisões dos bancos centrais no sentido da expansão do crédito ou da sua contração. Provavelmente, juros baixos só existirão durante mais algum tempo. Depois as taxas vão subir: até onde, ninguém sabe dizer. Nesse momento a realidade que está disfarçada sob o manto da propaganda dos juros baixos e do petróleo barato virá ao de cima. Nesse momento as promessas eleitorais serão testadas, mas as eleições já terão passado.
Por muito que apeteça mandar tudo isto às malvas, não pode ser. É preciso não desistir e agir em tempo útil. A direita tem de ser derrotada em 4 de outubro. Os seus objetivos e propostas, conhecidos ou escondidos, exaurem o país e atrofiam-nos o futuro.»
(Carvalho da Silva. Na íntegra: aqui. Destaque meu.)
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