A começar pelos de cá, digo eu, mas o melhor é passar, desde já, a palavra ao Ferreira Fernandes, que de crónicas, bem como desta e de outras matérias, percebe muitíssimo mais do que eu:
«Foi agorinha, acabámos de ver fechada a fronteira da Croácia com a Sérvia, e mais à frente a fronteira da Eslovénia que se fechou, porque os que estão lá dentro já não entram na fechada Áustria... Querem investir? Façam-no na Chaves do Areeiro ou no cimento para muros ou nos fardamentos, que os polícias e militares vão ser mais nas alfândegas dos que eram os guardas-fiscais. Tirem as estrelinhas da bandeira da UE, ponham aloquetes. Não é crítica, é expressão dos factos: é assim porque tem de ser assim. Já tivemos o nosso breve período Facebook, like, like, polegar generoso, mas a verdade é esta: nenhuma sociedade humana pode ter a porta toda aberta (nem mesmo a da sede do Partido Libertário Mundial). A crise humanitária síria devia ser tratada não pela autogestão das vítimas, mas por uma política centralizada europeia. Por a questão ser grave a Europa devia ser clara e pensada - e uma. E aqui chegamos à fórmula de ironia grosseira com que abri a crónica: "Foi agorinha..." Não foi! O primeiro barco de refugiados (duma África agónica) chegou à siciliana Lampedusa em 1992. Malta, em 2007, explodia de imigrantes pelas costuras. Calais é um gueto há anos... A Europa tratou disso vesga, como na crise financeira. Nesta, ao menos tiveram jeito para alguns, a Alemanha safou-se. Mas, agora, até ela vai na enxurrada, fechou a fronteira e sente-se cercada. Choramos o fim da livre circulação porque deixámos a Europa na mão de tacanhos.»
(Quando voltamos a parar em Vilar Formoso?)»
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