quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

À falta de melhor ...

Já se sabia que ser professor é uma profissão exigente e que a actividade docente não é exercida por muitos como primeira opção de vida profissional. Mesmo assim, os números revelados pelo Estudo do Observatório da Avaliação de Desempenho, onde se conclui que cerca de 75 por cento dos professores mudavam de profissão se tivessem alternativa, são surpreendentes, mesmo admitindo que os números se encontram inflacionados pelo actual clima de conflito que reina nas escolas. Um ensino, com tanta gente desmotivada e pouco vocacionada para a função, nunca poderá ser um ensino de qualidade. Isso é óbvio. Como remediar a situação é que já não será tão fácil, pois, não obstante a existência de numerosos peritos em educação, ainda não foi possível, pelos vistos, encontrar a solução.

5 comentários:

ARISTIDES DUARTE disse...

Peritos em educação são os do PS. Esses já fizeram mais leis da educação em três anos , do que os outros nos 30 e tal anos (desde o 25 de Abril). Basta ver o número de leis, decretos ou despachos (uns a contradizer outros) para se ter uma ideia. Só que não se lembraram que isto não se resolve só com leis que retiram poder aos professores. E não me venham com fábulas, porque um ensino onde o professor não tem poder, nem é ensino, nem é nada. Dizer o que disseram dos professores (parasitas, professsorzecos, inúteis, sem saber ler e escrever, etc), por interpostas pessoas (Rangel, Sousa Tavares, etc) nunca tinha acontecido nestes trinta e tal anos. Em boa parte a desmotivação parte daí.
E tudo por causa do deficit.

Francisco Clamote disse...

Caro Aristides Duarte:
Como se costuma dizer: O seu a seu dono. Não me parece que o PS tenha passado procuração ao Miguel Sousa Tavares e ao Rangel. Eles são, julgo eu, suficientemente responsáveis para poderem responder pelos seus actos e, tanto quanto sei, ainda não lançaram as suas responsabilidades para cima de terceiros. Quanto aos peritos em educação não sei a que partido pertencem, mas se não erro, no ME haverá gente de todos os partidos.Durante muito tempo conheci lá eu alguns que pertenciam ao PCP. Quanto à desmotivação,as razões serão muitas e algumas terão a ver com a falta de alternativas para quem não tem vocação para professor, acho eu.É o que diz o estudo que, nesse aspecto, confirma a leitura que alguns conhecedores da vida das escolas sempre fizeram. falo de ouvido, claro está.

ARISTIDES DUARTE disse...

Olhe, então eu nunca conheci ninguém que trabalhasse no Ministério. A sério. Só conheço quem trabalha nas escolas.

Anónimo disse...

Qualquer pessoa no seu juízo perfeito, com a actual situação dos professores nas escolas,só ENTRA,se tiver fome,não tiver outro trabalho e tiver filhos para dar de comer. HAVIA muitos que gostavam do que faziam e já saíram. Os que estão em situação dramática são os que estão a meio da carreira, mas vão saindo à medida que podem.NINGUÉM TEM MOTIVAÇÃO PARA TRABALHAR "NAQUILO"EM QUE AS ESCOLAS SE TRANSFORMARAM, POR CULPA DESTE GOGERNO. OS QUE AINDA ESTÃO MOTIVADOS,DEVEM SER OS QUE TRABALHAM NOS COLÉGIOS ONDE SE EXIGE DOS PROFESSORES, DOS ALUNOS E DOS PAIS. AÍ DAVE SER POSSÍVEL TRABALHAR!
Agora quem nunca deu aulas, nem viveu o ambiente actual das escolas devia falar menos dum assunto do qual só conhece de ouvido!

Francisco Clamote disse...

O seu comentário tinha pano para mangas, mas como hoje não estou virado para fazer de alfaiate aqui fica simplesmente a sua opinião, que, como é óbvio, não coincide com a minha. Cumprimentos.