segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Um Presidente com mau perder

A comunicação ao país por parte do Presidente da República nada trouxe de novo e de substancial sobre as razões das suas discordâncias relativamente ao Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Nesse sentido, como se previa, a comunicação é pura falta de bom senso, com a agravante de ter dado ao país a imagem de um Presidente da República com mau perder. Por muito válidas que fossem e sejam as suas razões (e, a meu ver, assim é, pelo menos no respeitante à limitação que a Assembleia da República impôs a si própria relativamente à iniciativa de revisão do Estatuto dos Açores), o PR não pode, sem quebra da própria dignidade presidencial, dar-se ao luxo de se mostrar melindrado e agastado pelo facto de a Assembleia da República não ter acatado as suas sugestões. Além do mais, o gesto presidencial é pouco democrático.
Actualização: Pelas reacções já conhecidas dos partidos com representação parlamentar bem se pode dizer que todos fizeram bem melhor figura que a figura presidencial, com a previsível excepção do PSD. Este, pela voz do timorato Paulo Rangel, começa por lançar sobre o PS responsabilidades que não exclusivas deste partido (pois é sabido que o Estatuto não foi só aprovado com os votos do PS, mas também com os do PCP, do CDS e do BE, e ainda com os votos de alguns deputados do PSD, partido que nem sequer teve a coragem de votar contra e se limitou cobardemente a abster-se) para acabar por concordar com a crítica do PR de ter havido quebra de "lealdade institucional". Onde é que já se viu tamanha reverência canina? A Assembleia da República deve, porventura, alguma obediência a Sua Excelência? Ou será que a Assembleia da República não deve ser mais que uma caixa de ressonância da Presidência? Haja decoro !

1 comentário:

mdsol disse...

... e inconsequente! Amuou e foi jantar com a Drª Maria que estava a fazer-se tarde!
:))