quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"O casamento não foi criado num conselho de ministros"


Diz o deputado do CDS, Ribeiro e Castro e diz muito bem. Nem num conselho de ministros, nem pelo Rei, nem pelo Papa.

O casamento existe, de facto, e sob múltiplas formas, tão só porque os homens e as mulheres assim quiseram. Por isso e ainda que mal pergunte, por que razão há-de a lei impedir que duas pessoas do mesmo sexo se casem, se essa for a sua vontade ?
Não me dirá, senhor deputado ? É que, afinal, senhor deputado, se bem julgo, é só isto o que está em causa.
(Publicado também em "A Regra do Jogo")

6 comentários:

Quint disse...

Não sei onde li a expressão, mas achei-a feliz: "estamos num processo reaccionário acelerado em curso!".

Anónimo disse...

Eu respondo pelo senhor deputado Ribeire e Castre à pergunta:
PORQUE HÁ-DE A LEI IMPEDIR QUE DUAS PESSOAS DO MESMO SEXO SE CASEM, se essa for a sua vontade?

Justamente pelas mesmas razões que a lei não permite que 3 homens ou 4 mulheres se casem ou ainda que uma mulher tenha 3 maridos, ou um homem duas mulheres, etc.

E por que não um casamento entre 3 machos ou 3 fêmeas se eles quiserem? O tal "amor" dos ou das homosexuais é diferente?
Onde pára Pedro pára!?

Meu caro amigo, para uns assuntos revela uma dureza de conceitos assinalável, mas nestes casos é de uma permissividade arrasadora!

E chama-lhe "casamento"?
Não acha que mistura alhos com bugalhos e não sabe ou desconhece, porventura, que destes não sai nem dá bolota?

Apesar de tudo , com simpatia.

Júlia R. Seromenha

Quint disse...

Eu não sou de grandes certezas, mas aconselhava que não houvesse tanto dogmatismo.

Isto apenas porque até os conceitos e princípios de direito natural não se mantiveram imutáveis através dos tempos, Júlia Seromenha!

E porque hoje existem ainda sociedades onde a poligamia é aceite e acho que os que lá moram são nossos iguais. E porque hoje também existem sociedades onde existe a poliandria e eu acho que os que lá moram são nossos iguais.

Quanto ao não sair bolota dos bugalhos, é bem certo que tem toda a razão mas olhe que do alho bolota também não sai de certeza absoluta. E olhe que já todos ouvimos falar em orgias e afins, e aí a coisa é mesmo a três, a quatro, a cinco ou ao que eles quiserem. E noutros tempos senhores mui devotos andavam atrás de menores por jardins privados numa coisa que se chamou "ballet rose" para vergonha nossa e hoje dizem, que eu dessas coisas nada sei, que senhores casados vão ao Parque Eduardo VII satisfazerem-se com rapazes!

Mas, como disse, isto sou apenas eu que não sou nestes domínios homem de grandes certezas.

Francisco Clamote disse...

Júlia:
Também, com toda a simpatia, lhe respondo que o que está em causa é o respeito pelas pessoas e pela sua orientação sexual (orientação que ninguém escolhe)e tirar daí as consequências em nome do direito que às pessoas assiste de não serem discriminadas em função da sua sexualidade. Todos têm, por igual, o direito à felicidade. Como vê, o meu ponto de vista é simples. Cumprimentos.

capitolina disse...

Mas então a felicidade está no nome "casamento"?
Ou está na relação a dois e na sua legalização?
Não é menos honesta a posição de quem considera uma realidade nova a requerer novo nome.
E não me venham dizer que é discriminação.
Não há donos da verdade.

Anónimo disse...

O honorável Ferreira -Pinto não percebeu ou "não quis" perceber.

É precisamente porque do alho bolota não sai, mas porque dali pode sair grêlo que se chama "alho" e não tem qualquer outro nome.
As coisas têm de ter nome para se perceber do que falamos e, quer queira, quer não, são coisas diferentes!

Também não se trata de maior ou menor respeito ou dogmatismo.

A realidade de que falamos já é anterior a Lesbos, já os Gregos aceitavam como normal o que hoje procuram os "tais senhores" no Parque Eduardo vii e mais de 2000 anos passaram e passou a Inquisição e a Idade Média e a realidade permaneceu e nenhuma "lei" que eu saiba tratou da questão igualando uma coisa à outra que, toda a gente, com todo o respeito, repito, sabe ser diferente.

O imperador Adriano "amava" o rapaz e este "amava" a pessoa do imperador?
Esse "amor" era só amizade, amor platónico, admiração ou uma outra forma de submissão voluntária?

Era uma questão de feromonas, paixão sexual, aversão pelo sexo oposto, satisfação de líbido erigida à condição de elemento essencial para se sentir a tal "sensação de felicidade"?

Sobre isto como mulher nada sei, não tenho certezas, cada um é como é,
MAS a mãe NATUREZA tratou da reprodução das espécies de várias formas e feitios, urdiu manhas para conseguir os seus intentos, a tal ponto que a sexualidade é das realidades mais poderosas que podem influenciar as pessoas e levá-las a fazer coisa impensáveis para quem não seja influenciável pelas feromonas e outras coisas que tais.


Aquela força da natureza é evidentemente dirigida à reprodução e que nestes casos ( por razões que essas pessoas não têm culpa, nem escolheram!) aparece desencaminhada.
Portanto, se excluirmos a sexualidade ou a líbido, nestes casos, como elemento determinante, encontraremos uma "pureza" em que nada impede que a lei venha a consagrar direitos para a união de pessoas (uma ou mais!)semelhantes
ao dos casais heterosexuais, em termos de direito de faltas ao trabalho, apoio assistência pessoal, direitos sucessórios e fiscais, representação, etc.

Depois de tudo isto, concluo que nem sequer estou certa de isto tudo certo estar. Só sei que tem de ter um nome diferente.
Onde está a verdade?
Cumprimentos.
Júlia R. Seromenha