segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A propósito do Orçamento


Ainda não foi apresentado pelo Governo o Orçamento de Estado, mas já se sabe, pela voz de Paulo Portas e de Manuela Ferreira Leite, que, por via da abstenção do CDS e do PSD, o Orçamento vai ser viabilizado. Ao que tudo indica, será um orçamento de contenção, que os tempos que correm não estão para devaneios e as ameaças das agências de notação financeira não são, pelos vistos, para brincadeiras, como  se tem visto com a subida  do preço dos credit default swaps.
Há, no entanto, sempre uns quantos heróis que não se deixam amedrontar com as ameaças externas e por isso se mostram, ou  muito preocupados (PCP) ou muitíssimo preocupados ("Os Verdes") com as orientações gerais do Orçamento do Estado de 2010. Preocupados uns e outros com o Orçamento, mas não com a situação que força a opção. Dívida externa e défice são palavras que, pelos vistos, não fazem parte do seu léxico, e as consequências do aumento daquela e deste não são, segundo os "heróis", para ser levadas a sério. Pelo menos até ao momento em que fosse apresentada a pesada factura com o aumento das taxas de juro. O heroísmo, as mais das vezes, é fruto de alguma inconsciência. Como será o caso, ou talvez a razão seja outra.
Provavelmente, o Orçamento não agradará, nem a gregos, nem a troianos e, porventura, nem ao Governo que o apresenta, pois terá, com certeza, que pôr um travão na realização das obras públicas anteriormente agendadas. O que tem de ser tem, no entanto, muita força e, a meu ver, não havia volta a dar. Assim sendo e pela parte que me toca, aceitarei de bom grado a contenção, desde que a minha contenção não vá engordar a conta do Alberto João. Para esse peditório, não dou.
(Reeditada)
(Publicada também aqui)

6 comentários:

Miguel Gomes Coelho disse...

E vão dois !
Um abraço.

Anónimo disse...

Mas era bom que desse para esse peditório porque o homem não é assim tão mau .
Depois de Jaime Gama há anos lhe ter chamado Bokassa etc. e que acabou por o elogiar e, finalmente, agora também, pela boca de Almeida Santos, tudo pessoal autorizado e com sábia autoridade proferida na Madeira com a vitória do novo homem PS/Madeira.
Cumprimentos.
Américo Silva

Francisco Clamote disse...

Como não sou eu que o elogio, antes muito pelo contrário,não me cabe a mim contribuir para o peditório. Que contrbua quem o elogia. Cumprimentos.

Quint disse...

Se me permite, ontem quando tirei aquela conclusão de que ganhando, perdemos todos referia-me não apenas a estas jogadas de bastidores que nos escapam ou das quais se sabe apenas metade (e ter ouvido Almeida Santos elogiar Jardim dava para desconfiar e hoje, quando vejo o Governo admitir que lhe pode permitir aumentar o limite do endividamento, confirma-se), mas também ao facto de naturalmente as opções que se dizem ir tomar para estancar os números negativos resultarem duma visão muito peculiar (para não lhe chamar outra coisa) que tem presidido à política da Administração nalguns domínio, sendo um o dos seus próprios Recursos Humanos.

Anónimo disse...

Desculpe lá Francisco, só o quis "picar" com veneno de abelha que faz bem ao reumatismo.

É que este blogue depois de atingir a maturidade e notoriedade que esforçada e orgulhosamente conseguiu, está a ficar um pouco parado em diversidade ecológica, digo, ideológica.

Um pouco de celuma não faz mal nenhum.
Cumprimentos.
Américo Silva

Francisco Clamote disse...

Américo Silva, mesmo que não fosse para "picar", o meu amigo estava (e está) no seu direito de exprimir o seu ponto de vista, que é sempre bem acolhido.
Ferreira-Pinto, não digo o contrário.